Governo "a planar umas vezes mais para a esquerda, outras mais para a direita, mas sempre em frente"
Lusa
No início do primeiro Conselho de Ministros do XXV Governo Constitucional, que hoje ficou completo com a posse dos secretários de Estado, o executivo tirou uma foto de família na residência oficial de São Bento, em ambiente descontraído.
Questionado sobre se as negociações vão ser mais à esquerda ou mais à direita – ou seja, mais com o PS ou mais com o Chega -, ripostou: “Nós como somos centrais tanto vamos um bocadinho para um lado como um bocadinho para o outro”.
Já à pergunta se será assim que prevê governar, o primeiro-ministro deu uma resposta um pouco mais completa.
“Exatamente, sempre com esta forma muito polivalente de andar a subir, a descer, a planar, para a esquerda, para a direita e para o centro, mas sempre para a frente”, afirmou.
Montenegro já não deu uma resposta tão direta à pergunta se estava preocupado com as previsões do Banco de Portugal, mais pessimistas do que as do Governo sobre a economia.
“Não. O que me dá preocupação é olhar para cada português todos os dias e melhorar a condição de vida dele próprio”, disse, apenas.
Durante a preparação da fotografia de grupo, o primeiro-ministro já tinha dito estar “confiante e otimista” quanto ao futuro do segundo executivo PSD/CDS-PP que irá liderar.
“Nós acreditamos muito em Portugal, isso é o que interessa”, disse, quando questionado se este executivo é mais forte do que o XXIV, que caiu antes do primeiro ano em funções pela rejeição de uma moção de confiança ao Governo, uma crise política que teve no centro a empresa da sua família.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu hoje posse aos 43 secretários de Estado do XXV Governo Constitucional numa cerimónia no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, depois de na quinta-feira ter empossado no mesmo local o primeiro-ministro e os 16 ministros.
O segundo Governo chefiado por Luís Montenegro tem um total de 60 elementos, um terço dos quais mulheres.
A Assembleia da República vai debater entre 17 e 18 de junho o programa do XXV Governo Constitucional, que as direções do PS e do Chega já deram indicação de que não irão inviabilizar, enquanto o PCP anunciou que irá apresentar uma moção de rejeição.
Ministros tiram foto de grupo
Nos degraus do Palácio de São Bento, os 16 ministros e 43 secretários de Estado tiraram a primeira foto de grupo deste novo Executivo.
PCP acusa Governo de canalizar verbas públicas para "indústria da guerra"
Empossados 43 secretários de Estado. Segue-se reunião do Conselho de Ministros
Foto: José Sena Goulão - lusa
Concluída a tomada de posse dos 43 secretários de Estado
O presidente da República já deu posse aos 43 secretários de Estado do XXV Governo Constitucional, um dia depois de Luís Montenegro e os seus 16 ministros terem entrado em funções.
O segundo Governo chefiado por Luís Montenegro, com 16 ministros, tem um total de 60 elementos, um terço dos quais mulheres.
Esta cerimónia, realizada na Sala dos Embaixadores do Palácio Nacional da Ajuda, durou cerca de meia hora.
Cinco pactos de regime propostos por José Luís Carneiro na candidatura à liderança do PS
No que diz respeito à Justiça, a moção do candidato aponta um Compromisso para a Justiça que terá por base "uma reflexão abrangente por parte de todos os agentes”.
Sobre a crise da Habitação, José Luís Carneiro insiste "num grande Pacto Nacional para a Habitação" (já o tinha feito há ano e meio quando concorreu contra Pedro Nuno Santos). A estratégia defendida passa pelo "fomento da construção de nova habitação e da reabilitação urbana para fins habitacionais, pelo setor privado e cooperativo”, entre outras.
As eleições diretas socialistas vão decorrer no final deste mês para escolher um novo secretário-geral do PS. José Luís Carneiro é até agora o único candidato.
Nuno Melo quer antecipar investimento em Defesa para impulsionar economia
Aguiar-Branco espera que chumbo do Chega não perturbe futuros consensos
Foto: António Cotrim - Lusa
Aguiar-Branco diz confiar que todos os protagonistas políticos tenham maturidade para encontrar pontos comuns.
Relativamente ao discurso do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e ao anúncio de que Portugal vai antecipar o objetivo de atingir o investimento de dois por cento do PIB em defesa já este ano, o presidente da Assembleia da República defende que também esta é uma matéria de consenso na sociedade portuguesa e no Parlamento. José Pedro Aguiar-Branco em declarações à margem da inauguração da exposição "40 anos de Portugal Europeu", que assinala os 40 anos da assinatura do tratado de adesão à União Europeia.
Cerimónia da tomada de posse já começou
Um a um, os 43 secretários de Estado são chamados para prestar juramento.
Secretários de Estado começam a chegar ao Palácio da Ajuda
Conselho de Ministros marcado para as 15h00
O anúncio desta reunião inaugural partiu do gabinete de Luís Montenegro. A nota indica que haverá uma fotografia de grupo do novo Executivo.
O primeiro-ministro os 16 ministros do XXV Governo Constitucional tomaram posse na quinta-feira. Segue-se a posse dos secretários de Estado, que acontece às 12h00 no Palácio da Ajuda.
"Cerca de 30% dos secretários de Estado são renovados"
Defesa com 2% do PIB. "Tudo depende do critério que vai ser utilizado"
Créditos: Força Aérea Portuguesa
O antigo governante alerta que é preciso ter cuidado nas opções que vão ser feitas, onde vão ser gastos os milhões que Portugal vai investir. Até porque esta aposta estratégica pode ser uma oportunidade para a indústria do país. O antigo ministro da Defesa considera que os países europeus só vão fazer estes investimentos enquanto se mantiver a ameaça de guerra na Europa. Depois disso será difícil justificar despesas.
Executivo entra em funções com a posse de 43 secretários de Estado
Quarenta e três secretários de Estado - mais dois face ao anterior Governo - são empossados esta sexta-feira. Alguns trocam de Ministério.
O Ministério da economia e da Reforma do Estado passa a contar com Bernardo Correia, que troca a direção da Google em Portugal para assumir a Digitalização.
A Simplificação fica com Paulo Magro da Luz, ex-conselheiro do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.
Ana Isabel Xavier deixa a Defesa e passa para a Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e Emídio Sousa deixa o Ministério do Ambiente para assumir a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.Face ao anterior, o novo Governo apresenta menos mulheres no elenco e mais um membro. A reformulação de secretarias de Estado é de 30 por cento.
Ao todo, o XXV Governo Constitucional tem 60 nomes, incluindo o primeiro-ministro: 20 são mulheres, contra 24 em 59 governantes no anterior Executivo.
Entre as 13 novidades nas secretarias de Estado, destaca-se o vice-presidente do PSD Rui Rocha, Salvador Malheiro, antigo vice-presidentede Rui Rio e ex-autarca de Ovar, e João Manuel Esteves, que presidiu até ao final de março à Câmara de Arcos de Valdevez.
Entre os nomes que estão de saída do Executivo, que perfazem 11 nas secretarias de Estado, destaca-se José Cesário, até agora responsável pelas Comunidades Portuguesas. De saída estão ainda Cristina Vaz Tomé, na Saúde, Paulo Marcelo, na Presidência. Inês Ameixa - Antena 1
Em vários Ministérios não são introduzidas quaisquer mudanças nas secretarias de Estado. É o caso das Finanças, tal como na Coesão Territorial, que passada a integrar a Economia, na Administração Interna ou nas Infraestruturas e Habitação e Trabalho.
No Ministério da Justiça, mudam os dois secretários de Estado. O Ministério dos Assuntos Parlamentares é o único sem qualquer Secretaria de Estado. Isto porque Desporto e Comunicação Social transitaram para outras pastas.
Rui Freitas, até agora secretário de Estado adjunto e da Presidência, passa a ser também da Imigração.
Composição do XXV Governo Constitucional
Primeiro-ministro: Luís Montenegro.
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: Paulo Rangel.
Secretária de Estado dos Assuntos Europeus: Inês Domingos.
Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação: Ana Isabel Xavier.
Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas: Emídio Ferreira dos Santos Sousa.
Ministro de Estado e das Finanças: Joaquim Miranda Sarmento.
Secretário de Estado Adjunto e do Orçamento: José Maria Gonçalves Pereira Brandão de Brito.
Secretária de Estado dos Assuntos Fiscais: Cláudia Maria dos Reis Duarte Melo de Carvalho.
Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças: João Alexandre da Silva Lopes.
Secretária de Estado da Administração Pública: Marisa da Luz Bento Garrido Marques Oliveira.
Ministro da Presidência: António Leitão Amaro.
Secretário de Estado Adjunto da Presidência e Imigração: Rui Armindo da Costa Freitas.
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros: Tiago Meneses Moutinho Macierinha.
Secretário de Estado da Presidência: João Valle e Azevedo.
Ministro da Economia e da Coesão Territorial: Manuel Castro Almeida.
Secretário de Estado da Economia: João Rui da Silva Gomes Ferreira.
Secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional: Hélder Manuel Gomes dos Reis.
Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território: Silvério Rodrigues Regalado.
Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços: Pedro Machado.
Ministro adjunto e da Reforma do Estado: Gonçalo Matias.
Secretário de Estado para a Digitalização: Bernardo Gomes Pereira Correia.
Secretário de Estado para a Simplificação: Paulo António Magro da Luz.
Ministro dos Assuntos Parlamentares: Carlos Abreu Amorim.
Ministro da Defesa Nacional: Nuno Melo.
Secretário de Estado adjunto e da Defesa Nacional: Álvaro Castello Branco.
Secretário de Estado adjunto da Política da Defesa Nacional: Nuno Maria Herculano de Carvalho Pinheiro Torres.
Ministro das Infraestruturas e Habitação: Miguel Pinto Luz.
Secretário de Estado das Infraestruturas: Hugo Morato Alface do Espírito Santo.
Secretária de Estado da Mobilidade: Cristina Maria dos Santos Pinto Dias.
Secretária de Estado da Habitação: Patrícia Gonçalves Costa de Machado Santos.
Ministra da Justiça: Rita Alarcão Júdice.
Secretário de Estado Adjunto e da Justiça: Gonçalo Pedro da Cunha Viegas Pires.
Secretária de Estado da Justiça: Ana Luísa da Silva Gonçalves Machado.
Ministra da Administração Interna: Maria Lúcia Amaral.
Secretário de Estado Adjunto da Administração Interna: Paulo Jorge Simões Ribeiro.
Secretário de Estado da Administração Interna: Telmo Correia.
Secretário de Estado da Proteção Civil: Rui Alexandre Novo e Rocha.
Ministro da Educação, Ciência e Inovação: Fernando Alexandre.
Secretário de Estado Adjunto e da Educação: Manuel Alexandre Mateus Homem Cristo.
Secretária de Estado da Administração Escolar: Maria Luísa Gaspar do Pranto Lopes de Oliveira.
Secretária de Estado da Ciência e Inovação: Helena Cristina de Matos Canhão.
Secretária de Estado do Ensino Superior: Cláudia Sofia Sarrico Ferreira da Silva.
Ministra da Saúde: Ana Paula Martins.
Secretária de Estado da Saúde: Ana Margarida Pinheiro Povo.
Secretário de Estado da Gestão da Saúde: Francisco Nuno Rocha Gonçalves.
Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: Maria do Rosário Palma Ramalho.
Secretária de Estado da Segurança Social: Susana Filipa de Moura Lima.
Secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão: Clara Marques Mendes.
Secretário de Estado do Trabalho: Adriano Rafael Sousa Moreira.
Ministra do Ambiente e Energia: Maria da Graça Carvalho.
Secretário de Estado do Ambiente: João Manuel do Amaral Esteves.
Secretário de Estado da Energia: Jean Paulo Gil Barroca.
Ministra da Cultura, Juventude e Desporto: Margarida Balseiro Lopes
Secretária de Estado adjunta da Juventude e da Igualdade: Carla Maria de Pinho Rodrigues
Secretário de Estado da Cultura: Alberto Fernando da Silva Santos.
Secretário de Estado do Desporto: Pedro Miguel Pereira Dias.
Ministro da Agricultura e Mar: José Manuel Fernandes.
Secretário de Estado das Pescas e do Mar: Salvador Malheiro Ferreira da Silva.
Secretário de Estado da Agricultura: João Manuel Moura Rodrigues.
Secretário de Estado das Florestas: Rui Miguel Ladeira Pereira.
c/ Lusa
Tomada de posse. Luís Montenegro declara "guerra à burocracia" e lança avisos sobre imigração
“É com humildade que ouvimos e entendemos a confiança que foi endossada às oposições, que respeitaremos e escutaremos, procurando as convergências que as pessoas reclamam”.
O chefe de Governo vincou ainda que “a estabilidade política é uma tarefa de todos”, pelo que “a todos se exige lealdade, diálogo, maturidade e espírito construtivo. O país precisa de quem quer construir, e não de quem só pensa em destruir”.
Na visão de Montenegro, “transformar Portugal é o caminho para combater a pobreza em todas as suas expressões” e isso apenas acontece “criando riqueza”. “Não há outro caminho”, sublinhou.
“O crescimento da economia e a criação de riqueza são, portanto, o resultado e a ambição número um do Governo para alcançarmos o objetivo supremo que é o bem-estar das portuguesas e dos portugueses”, continuou o primeiro-ministro.
O social-democrata quer, nos próximos anos, “desbloquear os constrangimentos que limitam a nossa capacidade de crescer”, nomeadamente “o excesso de burocracia, o excesso de regras, a morosidade das decisões, a falta de agilidade do Estado”.“Quero declarar hoje aqui, solenemente, guerra à burocracia”, destacou.
O primeiro-ministro falou ainda acerca do novo Ministério da Reforma do Estado, assinalando que “a reforma do Estado é mesmo para fazer”.
“Ao criar um ministério para promover e superentender, sob a minha responsabilidade direta, esta transformação, fica muito claro que todos os departamentos (…) serão chamados a colaborar neste objetivo nacional”, explicou.Imigrantes “terão de cumprir regras”
O discurso do primeiro-ministro focou-se também na imigração, com Luís Montenegro a alertar que os imigrantes que escolherem Portugal “para viver e trabalhar (…) terão de cumprir regras à entrada e na permanência no nosso país”.
“Esse é o pressuposto para lhes facultarmos um acolhimento digno e humanista, que é aquele que queremos assegurar”, elaborou.
“Recebemos de braços abertos quem venha trabalhar, acrescentar, quem respeita a nossa cultura e os nossos hábitos de convivência social. Mas, para se garantir o cumprimento das regras, também é necessário perceber que o seu incumprimento tem consequências que, neste caso, podem ir até ao retorno”.
Para Luís Montenegro, uma política migratória responsável, regulada e humanista é um elemento fundamental ao sucesso económico e à estratégia de criação de riqueza.
Considerou ainda que a segurança é um pilar da liberdade, da tranquilidade, do exercício dos direitos, da qualidade de vida, sendo “um ativo económico”.
“Portugal é um país seguro, mas vale ouro para todos nós preservar Portugal como um dos países mais seguros da Europa e do mundo”, declarou.Defesa com 2% do PIB “se possível já este ano”
O primeiro-ministro anunciou ainda que Portugal vai antecipar o objetivo de atingir o investimento de dois por cento do PIB em Defesa "se possível já este ano", sem pôr em causa as contas certas ou funções sociais.
Luís Montenegro avançou que este plano será ultimado "nos próximos dias" e desenvolvido "nos próximos anos", assegurando que dele dará "conhecimento prévio aos dois maiores partidos da oposição".
"Nesse contexto, apresentarei na próxima cimeira da NATO a antecipação do objetivo de alcançarmos dois por cento do PIB nos encargos desta área, se possível já este ano de 2025", afirmou.
"Um plano realista que não porá em causa as funções sociais e o equilíbrio orçamental", assegurou o primeiro-ministro.
Marcelo pede "meta ambiciosa" e alerta que vitória de Montenegro não foi "cheque em branco"
Marcelo Rebelo de Sousa destacou que os portugueses "responderam afirmativamente" perante a campanha, os debates e o novo escrutínio.
O chefe de Estado salientou que esta eleição teve como "causa inicial, para muitos relevante" saber se o primeiro-ministro "merecia ver renovada a vitória de 2024 atendendo a juízos éticos ou morais de integridade e idoneidade".
O presidente da República ressalvou que os portugueses "não quiseram converter o crédito adicional em crédito ilimitado", nem sequer um incentivo à prossecução da obra iniciada "em poder absoluto".
Tal alternância constitui um fenómeno que "não é novo" na democracia portuguesa. Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que esse "partido pilar do centro esquerda e o seu líder haviam vencido a revolução na vertente civil", tendo sido "os primeiros a governar em democracia constitucional".
No entanto, seguiu-se um período em que foi maioritariamente "o partido pilar de centro-direita" que governou Portugal entre 1979 e 1995, em alguns momentos "longamente sozinho", referindo-se às duas maiorias absolutas de Cavaco Silva.
Após esse ciclo de centro-direita foi a vez do centro-esquerda, referiu Marcelo. E agora há um novo ciclo e as eleições de 2024 e 2025 mostraram "um virar de página agora mais pronunciado".
"As fórmulas, as forças políticas e as lideranças não são eternas", apontou.
A eleição do mesmo presidente norte-americano, em 2024, permitiu "potenciar por toda a Europa forças políticas na mesma linha", uma vaga "ainda em ascensão".
O presidente sublinhou que fez o alerta para esta nova conjuntura no discurso do 25 de Abril de 2018. "Apontei a iminente chegada a Portugal da vaga europeia de movimentos sociais e políticos inorgânicos e ditos populistas", assinalou.
Os anos seguintes até hoje "confirmaram a fragmentação do centro-direita e da direita em geral". Até ao momento atual, em que um partido dessa vaga "atingiu em 2025 a liderança da oposição parlamentar".
"Tudo isto se passou na Europa, mais cedo e lentamente. Em Portugal, mais tarde e mais aceleradamente", vincou, acrescentando que Portugal mudou muito nos últimos anos.
Criou-se, para o chefe de Estado, uma "tensão crescente em quem sabe, ao mesmo tempo, que a economia e sociedade precisam de abertura, circulação de pessoas e mão de obra", mas que "adere instintivamente ao medo, incompreensão e rejeição".
Isto mesmo quando os que chegaram se integraram em criação de emprego e contribuições para a Segurança Social, acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa voltou ainda à crítica na aplicação dos fundos europeus, a "demorarem teimosamente a chegar às pessoas", numa referência ao PRR.
Considerou que Luís Montenegro "já demonstrou que é determinado e resistente" e garante que este conta "com a solidariedade deste presidente da República até ao fim do respetivo mandato". Considerou ainda que esta foi uma vitória personalizada e pediu, para os próximos quatro anos, uma meta "bem mais ambiciosa".
"Agora, a meta de vossa excelência é bem mais ambiciosa. Quer ir e tem de ir à raiz estrutural do que precisa de se ajustar ao novo Portugal, acelerando o uso dos apoios europeus, estimulando o investimento e explorações, assim contribuindo para aumentar o poder de compra, portanto, os salários dos portugueses, não esquecendo os mais pobres e excluídos", mas também "mudando sistemas e orgânicas encravadas ou necessitadas de perspetiva de futuro, nomeadamente na saúde, na habitação e mesmo em alguns setores da educação".
Por fim, pediu ao primeiro-ministro que procure assegurar que "o essencial de Abril permanece, em liberdade, democracia e justiça social". Mas que "esse Abril" seja "capaz de entender e dar futuro a um Portugal muito diferente" ao de 1974.
Dezasseis ministros empossados. Membros do XXV Governo dizem-se motivados
Tomada de posse. Chega pede ao primeiro-ministro que "desta vez cumpra"
Foto: José Sena Goulão - Lusa