A Organização Mundial da Saúde instalou o alerta em Angola pelo risco de eventuais casos de Ébola provenientes da República Democrática do Congo. Na quarta-feira, a organização declarou a epidemia como uma “emergência sanitária mundial”, tendo já provocado mais de 1600 mortos.
Ébola. OMS alerta Angola para casos da República Democrática do Congo
Após ter sido declarado estado de emergência internacional na República Democrática do Congo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu esta quinta-feira um alerta para Angola, no sentido de dar resposta a eventuais casos de Ébola provenientes do país vizinho.A ministra angolana da Saúde, Sílvia Lutucuta,
afiança que o país está preparado para travar uma eventual propagação do
Ébola a partir do Congo.
"Temos de estar preparados porque somos um país ao lado da República Democrática do Congo e por continuidade, junto da emigração, também devem estar alertas. É necessário prestar atenção para que não se registem casos de contaminação", declarou o representante da OMS em Angola, em declarações citadas pela agência Lusa.
"Temos de estar preparados porque somos um país ao lado da República Democrática do Congo e por continuidade, junto da emigração, também devem estar alertas. É necessário prestar atenção para que não se registem casos de contaminação", declarou o representante da OMS em Angola, em declarações citadas pela agência Lusa.
Desde agosto de 2018, o Ébola já provocou mais de 1600 mortos na RD do Congo, com 12 novos casos a serem registados a cada dia.
Na quarta-feira, depois de ter sido detetado um caso de Ébola em Goma, a OMS declarou “emergência de saúde pública de preocupação internacional”, apontando as preocupações com a expansão geográfica da doença como fundamento para a decisão.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu à comunidade internacional para “redobrar esforços”.
BREAKING NEWS: The #Ebola outbreak in #DRC constitutes a public health emergency of international concern, citing concerning geographical expansion of the virus: WHO Director-General, @DrTedros following the IHR Emergency Committee’s recommendation #alert
— World Health Organization (WHO) (@WHO) 17 de julho de 2019
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu à comunidade internacional para “redobrar esforços”.
"É altura de a comunidade internacional se solidarizar com o povo da RD Congo, não de impor medidas punitivas e restrições contraproducentes que só servirão para isolar o país”, afirmou Ghebreyesus. “Precisamos de trabalhar em conjunto com a RDC para acabar com esta epidemia e construir um sistema de saúde melhor”, acrescentou.
"Governo angolano está preparado"
O representante da OMS em Angola garante que foi já elaborado um Plano Nacional de Contingência para dar resposta a eventuais casos de contágio.
O representante da OMS em Angola garante que foi já elaborado um Plano Nacional de Contingência para dar resposta a eventuais casos de contágio.
“O Governo [angolano] está preparado, agora há algumas ações que ainda têm de ser feitas e estamos a trabalhar no sentido”, afirmou Hernando Agudelo.
Agudelo revelou ainda que as autoridades angolanas estão a ser preparadas com treinos de reconhecimento da doença.
"Foi feito um treino a nível das províncias fronteiriças com a RD do Congo para, em primeiro lugar, estarem em alerta para que não se passe um caso de Ébola sem darem conta", explicou.
O diretor-geral da OMS explica que não estão a ser impostas restrições a quem viaja: “As restrições locais forçam as pessoas a usarem travessias fronteiriças informais e sem vigilância, aumentando o potencial de alastramento da doença.“Não é uma ameaça global”
A avaliação da OMS indica que o risco de a epidemia continuar a disseminar-se na RD Congo e na região “permanece muito alto”, mas o risco de se expandir além-fronteiras “permanece baixo”.
A avaliação da OMS indica que o risco de a epidemia continuar a disseminar-se na RD Congo e na região “permanece muito alto”, mas o risco de se expandir além-fronteiras “permanece baixo”.
“Continua a ser uma emergência regional e não é, de forma alguma, uma ameaça global”, assegurou Robert Steffen, membro do Comité de Emergência da OMS, em declarações à imprensa.
O estado de emergência foi declarado na quarta-feira, três dias depois de ter sido detetado um caso de Ébola em Goma, cidade da RD Congo. Esta é a quinta vez que a organização da ONU para a saúde global ativa o procedimento.
c/ Lusa