Ministério da Saúde situa país “longe da situação de pandemia”

Portugal "está ainda longe de uma situação de pandemia" da Gripe A H1N1, reagiu esta quinta-feira o Ministério de Ana Jorge, depois de a Organização Mundial de Saúde ter elevado para a fase seis a escala de propagação do vírus. Um comunicado da Direcção-Geral da Saúde (DGS) coloca a ênfase na necessidade de uma informação adequada nas diferentes entidades.

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A DGS salienta que a fase seis "não reflecte qualquer alteração imediata na situação epidemiológica de Portugal" Manuel Almeida, Lusa

A actualização da escala de alerta pandémico da OMS para a fase mais elevada foi anunciada esta quinta-feira após uma reunião do comité de emergência da Organização em Genebra. A declaração da primeira pandemia de gripe em quatro décadas levou as autoridades sanitárias portuguesas a desdobrarem-se em comunicados destinados a garantir que os procedimentos em curso no país "demonstram ser os mais adequados".

Na óptica do Ministério de Ana Jorge, os procedimentos implementados em território português, no âmbito do Plano de Contingência para o vírus da Gripe A, "demonstram ser os mais adequados e estão de acordo com o definido pela Organização Mundial de Saúde".

O Ministério da Saúde sublinha que a decisão dos peritos da OMS fica a dever-se "à facilidade e velocidade de propagação do vírus a nível mundial e não à sua gravidade clínica": "Apesar de ter atingido um elevado número de países em todo o Mundo, o vírus tem revelado, até à data, baixa virulência".

A tutela promete adoptar "todas as medidas que venham a revelar-se necessárias em cada momento". As autoridades de Saúde, assinala o comunicado do Ministério, "monitorizam permanentemente o evoluir da situação".

Face a "sintomas sugestivos de gripe, de contacto com doentes confirmados e/ou deslocação a áreas afectadas, os cidadãos devem contactar a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) e seguir as recomendações feitas pelos profissionais de saúde", reitera a tutela.

"Impactos sócio-económicos"

Também o director-geral da Saúde, Francisco George, salienta que a actualização para a fase seis "não reflecte qualquer alteração imediata na situação epidemiológica de Portugal", que regista dois casos confirmados de infecção pelo vírus da Gripe A H1N1.

"Por esta razão, mantêm-se as medidas previstas no Plano de Contingência, que têm demonstrado ser eficazes", frisa o comunicado de Francisco George, citado pela agência Lusa.

As autoridades sanitárias, admite o responsável, sabem que "a evolução da epidemia em Portugal pode ter implicações resultantes de um aumento acentuado do absentismo nos diversos sectores da sociedade e de um excesso de procura dos serviços de saúde". Razão pela qual "as estruturas de saúde, tal como outras instituições, entidades, empresas, bem como os próprios cidadãos, têm de estar adequadamente informados e preparados".

"As medidas de planeamento, na fase seis, devem centrar-se na coordenação dos recursos multissectoriais, com o objectivo de diminuir os impactos sócio-económicos que, eventualmente, resultarão da extensão da pandemia a Portugal", recomenda a DGS.

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