Organização Mundial de Saúde eleva alerta de pandemia
A Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu aumentar o nível de alerta pandémico para a fase 5, a penúltima de uma escala de seis. A directora-geral da Organização, Margaret Chan, afirmou que o Mundo está confrontado com a "iminência" de uma pandemia da nova estirpe do vírus H1N1, pelo que os países devem acelerar os planos de resposta.
Perante a progressão do vírus, os peritos internacionais reunidos na sede da OMS fizeram subir o alerta pandémico para a fase 5, o último degrau antes da declaração de uma epidemia à escala global.
"Todos os países devem activar imediatamente os seus planos de preparação para a pandemia", afirmou Margaret Chan em conferência de imprensa.
Segunda revisão do nível de alerta em três diasSituação do vírus H1N1 às 15h15México: as autoridades suspeitam que o vírus tenha causado 176 mortes; há 49 casos confirmados e outros 2.500 suspeitos
EUA: 1 morto e 109 casos confirmados
Canadá: 19 casos confirmados
Nova Zelândia: 3 casos confirmados e 10 casos suspeitos
Espanha: 13 casos confirmados e 84 casos suspeitos
Grã-Bretanha: 8 casos confirmados e 257 casos suspeitos
Israel: 2 casos confirmados
Austrália: 114 casos suspeitos
Brasil: 2 casos suspeitos
Chile: 26 casos suspeitos
Colômbia: 10 casos suspeitos
Alemanha: 3 casos confirmados e 8 casos suspeitos
França: 41 casos suspeitos
Dinamarca: 11 casos suspeitos
Suíça: 1 caso confirmado 25 casos suspeitos
Áustria: 1 caso confirmado e 3 casos suspeitos
Noruega: 1 caso suspeito
Coreia do Sul: 5 casos suspeitos
Guatemala: 3 casos suspeitos
Costa Rica: 2 casos suspeitos
El Salvador: 2 casos suspeitos
Peru: 1 caso suspeito e 3 suspeitos
África do Sul: 2 casos suspeitos
Sérvia: 1 caso suspeito
Finlândia: 1 caso suspeito
Noruega: 1 caso suspeito
Argentina: 4 casos suspeitos
Holanda: 1 caso confirmado
Na segunda-feira, a OMS havia actualizado o nível de alerta pandémico da fase 3 para 4. Nos termos do quadro disponibilizado em Portugal pela Direcção-Geral da Saúde, a fase 5 significa que "existem clusters/surtos de maiores dimensões mas a transmissão pessoa-a-pessoa ainda é localizada, indicando que o vírus está a adaptar-se gradualmente melhor ao hospedeiro humano mas ainda não atingiu um nível de transmissão considerado eficaz (substancial risco pandémico)".
As directivas de resposta da OMS estabelecem que as autoridades sanitárias internacionais estão agora confrontadas com uma janela de oportunidade mais reduzida para implementarem as respectivas "medidas de mitigação" do vírus.
Quase uma semana depois da detecção de uma variante do H1N1 (gripe suína) no México e nos Estados norte-americanos do Texas e da Califórnia, o Governo espanhol revelou o primeiro diagnóstico positivo de uma pessoa que não esteve em território mexicano. A poucas horas do início da reunião do comité de emergência da OMS, o número dois da Organização, Keiji Fukuda, dizia ser "óbvio que o vírus está a avançar".
No México, as autoridades de saúde suspeitam que a nova estirpe de gripe tenha causado as mortes de 159 pessoas. Outras 1.300 estão a ser submetidas a análises laboratoriais para despistar o vírus. Oficialmente, estão confirmadas sete vítimas mortais.
Vírus causou a primeira morte nos EUAAs autoridades federais norte-americanas confirmaram que o vírus H1N1 provocou a morte de uma criança de 22 meses no Texas. O responsável máximo pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), Richard Besser, adiantou que já foram identificados 91 casos em dez Estados, da costa Leste à costa Oeste.
"Vamos encontrar mais casos severos e espero mais mortes", admitiu Besser.
Os CDC confirmaram também que o vírus contaminou um operacional dos Marines em serviço na Califórnia. Outros 30 militares foram entretanto isolados em quarentena.
Na Europa, a nova estirpe já foi detectada em Espanha, na Grã-Bretanha, na Áustria e na Alemanha. O trajecto do vírus compreende um total de nove países, incluindo Israel, no Médio Oriente, o Canadá, na América do Norte, e a Nova Zelândia.
Produção de vacinas
Em Genebra, a directora-geral da OMS afirmou ser prematuro interromper a produção de vacinas da gripe sazonal, de modo a orientar todos os recursos para o desenvolvimento de uma resposta imunitária ao novo vírus de tipo H1N1, que resultou da combinação de uma variante suína e de estirpes aviária e humana.
"Neste momento, não temos indícios que nos permitam dizer que devemos parar desde já a produção de vacinas para a gripe sazonal. Pode haver a possibilidade de o vírus morrer", avançou Margaret Chan.
"As pandemias de influenza devem ser levadas a sério precisamente pela sua capacidade de rápida disseminação para todos os países do Mundo", frisou a responsável, acrescentando que a comunidade internacional está hoje "mais preparada" para um quadro pandémico "do que em qualquer época da História".