SUBMARINOS PERDIDOS

Estórias de submarinos que no cinema são uma encenação da realidade

Esta história ilustra bem que a vida real ultrapassa o cinema¿ ou melhor, que o cinema não é mais, por vezes, do que uma encenação da realidade. E em cinema, histórias de submarinos são normalmente um êxito: nos tempos da guerra fria houve uma comédia que fez boa bilheteira, "Vêm aí os ursos", um submarino russo dava à costa acidentalmente nos Estados Unidos da América e a tripulação desembarcava¿
Recentemente, já depois da queda do muro de Berlim, soube-se de um caso real assustador. O primeiro submarino com mísseis nucleares da União Soviética, o K-19, correu um risco de acidente gravíssimo - uma explosão que podia não só matar a tripulação como abrir uma crise militar com os Estados Unidos. Um filme com Harrison Ford no papel do comandante Vostricov do K-19 está para sair¿ e agora os produtores do "Nacional Geographic" transportam-nos para o mundo dos submarinos.
Armas letais, secretas, que viajam nas profundezas dos oceanos - submarinos como K-19, o Squalus, o Thresher e o Kursk - são eles os protagonistas do documentário de hoje.
"Submarinos Perdidos: Desastres no Mar", utiliza uma combinação fascinante de material de arquivo, gráficos avançados e animação para conjugar também história e aventura.
Contudo à uma realidade menos romântica¿ muitos submarinos nucleares soviéticos, hoje obsoletos, estão em cemitérios nas bases navais do Mar de Barends. Ora se os mísseis foram retirados, os motores nucleares fazem desses depósitos de sucata uma espécie de Chernobyl em potência¿ até os Estados Unidos estão a colaborar nos esforços para resolver esta "bomba ecológica"¿ O "Kursk" é o caso mais recente e tristemente famoso de um risco grave com um submarino nuclear. Estes são os custos da projecção do poderio estratégico que surge afinal concentrado nos silenciosos submarinos que patrulham os mares equipados com mísseis de longo alcance e atómicos.
A dissuasão e intimidação entre grandes potências continua a ser um sinal dos nossos tempos¿