Ep. 1 24 Mai 2023
Na aldeia de Campo Benfeito, em Castro Daire, um grupo de jovens inverteu a tendência de desertificação do interior por um golpe de criatividade aplicado há 20 anos e que entretanto deu frutos. É assim que a comunidade de 50 habitantes de Campo Benfeito vive hoje de 3 atividades económicas principais: a agricultura, o teatro e a tecelagem artesanal.
Fomos ao encontro da família Duarte: Paulo, 41 anos, Engrácia, 43 anos, João Pedro, de 15 anos e Sofia, 13 anos. Paulo é o fundador e ator residente de uma companhia de teatro sediada em Campo Benfeito, um projeto de sucesso construído com os amigos de juventude há mais de 20 anos. Engrácia é tecedeira numa cooperativa gerida e liderada apenas por 4 mulheres que aplicam as suas energias e arte a fabricar artesanalmente peças de vestuário originais. Sofia e João Pedro passam a maior parte dos seus dias na cidade mais próxima, Castro Daire, onde frequentam a escola e a piscina. A agricultura, é ainda hoje o complemento necessário à economia familiar e que une 3 gerações da família em cada fim de tarde.
Os pais de Paulo: Alfredo, de 77 anos, e Ofélia, de 73 anos, nascidos, criados e moradores de Campo Benfeito, têm a sorte de terem mais 3 filhos a morar na aldeia dos 9 que lançaram no mundo. O irmão de Paulo: Abel, de 39 anos, partilha os palcos com Paulo e a liderança do grupo de teatro e está casado com Paula, de 34 anos, a produtora da companhia. A personalidade de cada um dos irmãos e a presença deste casal na companhia de teatro, tornam-na um projeto muito especial e de grande familiaridade.
A família Duarte deu um contributo inquestionável ao rejuvenescimento de uma aldeia onde não faltam crianças a brincar na rua com um futuro por desvendar. A aldeia é a casa de família ao ar livre dos Duartes.
Poderá o desenvolvimento cultural e artístico ser uma saída para as comunidades mais isoladas? Será que a vida no teatro foi facilmente aceite pelos mais velhos habituados às lides agro-pastoris? É fácil lidar diariamente com a família no campo profissional e no palco? E os mais novos, preferem o meio rural ou a cultura urbana? Também gostam do teatro? Como é crescer com tantos primos na porta ao lado? Encontrarão os mais novos uma maneira criativa de se manterem na aldeia como os seus pais?