As Grandes Mentiras da História

1953: Tabaco, a Indústria das Mentiras

Episódio 11 de 15 Duração: 52 min

A mentira da indústria do tabaco durou mais de meio século. Foi a campanha de desinformação mais cara da história e a mais mortal.
"A nicotina não é viciante". Estas foram as palavras que os sete principais líderes da indústria do tabaco pronunciaram perante o Congresso dos Estados Unidos, a 4 de abril de 1994. Sob ataque de 46 estados americanos pelas suas mentiras, o "Big Tobacco" não se desviou da sua versão, a mesma de há cinquenta anos. Quatro anos depois, o veredicto é proferido. A Philip Morris e as outras marcas são multadas em 200 biliões de dólares e têm que divulgar os seus registos. No meio de milhões de páginas de arquivo, classificadas como "confidenciais", o mundo inteiro descobre uma estratégia de desinformação e manipulação em larga escala.
Tudo começou a 14 de dezembro de 1953, no Plaza Hotel, no centro de Manhattan. Sob a presidência da American Tobacco, todas as empresas se reuniram para criar uma contraofensiva. O Time e o New York Times tinham acabado de publicar notícias explosivas. Relatórios científicos categóricos certificando que o fumo do tabaco causa cancro. Todas as empresas de tabaco concordam: a agência Hill & Knowlton irá coordenar uma estratégia de comunicação para dissipar o pânico que tomou conta dos consumidores.
Infiltração de publicidade e ciência, da esfera política, pressão sobre jornalistas, ... o engano começou e não vai terminar. Para manter a dúvida a todo custo, são investidos 300 milhões de dólares no Conselho de Pesquisa sobre Tabaco, que deve fingir uma pesquisa científica. Ao grupo de cientistas juntam-se cerca de cinquenta historiadores, pagos pelas empresas de tabaco, para formular testemunhos favoráveis ??aos industriais. Simultaneamente, foram criados outros mecanismos para aumentar a dependência do consumidor.
A maior operação da cortina de fumo termina em 2006. Graças a alguns denunciantes incansáveis ??e juízes inflexíveis e incorruptíveis, as empresas de tabaco foram condenadas a reconhecer publicamente a sua mentira: "As empresas de tabaco mentiram deliberadamente aos americanos sobre os efeitos dos cigarros na sua saúde."