Uma fábula visionária, delirante e cínica sobre o Mundo das mulheres na visão, inconfundível, do mestre Fellini
Quando o comboio em que Snàporaz viaja pára inesperadamente, no meio de um campo, este lança-se em perseguição da mulher que ia sentada à sua frente. Ela consegue trocar-lhe as voltas, no meio da floresta, e Snàporaz vai ter a um grande hotel onde decorre uma convenção feminista. Insultado por todas, excepto por Donatella, a mulher de patins, Snàporaz vai parar à cavernosa cozinha do hotel. Aí, um velho cozinheiro, ajuda-o a fugir na companhia de umas raparigas. Estas querem divertir-se às suas custas e Snàporaz foge para um bosque onde encontra o dr. Katzone, que o convida para a sua mansão. Esta revela-se um autêntico santuário à glória do "Phalus" e no final de uma longa galeria de pintura, onde estão inúmeros retratos de mulheres, a própria mulher de Snàporaz espera-o. Os dois juntam-se a Katzone numa festa, para comemorar o seu adeus às mulheres, que é interrompida por umas mulheres polícias de botas e chicote. Snàporaz, até perceber que está no meio de um sonho, ainda vai ter muito que sofrer com as mulheres.
"A Cidade das Mulheres" é uma bizarra e fascinante realização de mestre Fellini, mais uma vez sobre o universo das mulheres. A alucinante trajectória de um homem que procura uma mulher e que se mete nos mais humilhantes e insultuosos sarilhos, vítima por excelência das mulheres, é o pretexto para Fellini construir uma sátira mordaz em tom de fábula nocturna, visionária, delirante e cínica, sobre as mulheres e sobre as dificuldades de um homem no meio do Mundo das mulheres. "A Cidade das Mulheres" criou alguma polémica junto das organizações feministas, que se sentiram ultrajadas pela forma cáustica e ácida como Fellini as caracterizou, nesta sua onírica, pessoal, fantasiosa e divertida obra com o seu eterno "alter ego", Marcello Mastroianni, no principal papel.