CARLOS PAREDES por João Carlos Callixto

14 Ago 1975 - "A Montanha e a Planície"

Falar em Carlos Paredes é falar da Música Portuguesa em todo o seu esplendor, tal a forma como o guitarrista conseguiu transportar para as cordas da sua guitarra a inquieta alma nacional. Hoje, no “Gramofone”, somos por ela conduzidos a 1975 e a um dos momentos da suite “O Ouro e o Trigo”, editada em disco na Alemanha.

Filho de Artur Paredes, um dos mais conceituados guitarristas de Coimbra, Carlos Paredes quase seguia as pisadas do pai no que toca aos reduzidos passos discográficos. Na realidade, quando grava o primeiro disco em nome próprio, na Rádio Triunfo, tem já 37 anos, e tinham ficado para trás alguns trabalhos ao lado precisamente do pai e também do cantor Augusto Camacho Vieira, falecido há dias. No segundo registo, “Guitarradas sob o Tema do Filme «Verdes Anos»”, de 1963, encontramos as composições que Carlos Paredes criara para o novo cinema de Paulo Rocha, sendo que a cantora Teresa Paula Brito daria voz à canção do filme, com poema de Pedro Tamen.

Mudando-se depois para a Valentim de Carvalho, o músico grava aí os seus dois primeiros álbuns, “Guitarra Portuguesa” (1967) e “Movimento Perpétuo” (1971), sempre ao lado de Fernando Alvim, o seu cúmplice guitarrista. É ele que surge aqui nesta peça de hoje também, mas no LP publicado na Alemanha em 1977 com a suite “O Ouro e o Trigo” é já Carlos Alberto Moniz que está no seu lugar.

Estamos então em pleno Verão Quente e a RTP transmite um programa com toda a peça, com narração de José Nuno Martins e algumas imagens alusivas às temáticas abordadas. “A Montanha e a Planície” é a segunda parte da obra, que termina com um explosivo “1.º de Maio” em referência às comemorações históricas de 1974. Viajemos então para um outro Portugal!