1º PORTUGUÊS NO REAL MADRID, por Rui Alves

Carlos Secretário nasce em São João da Madeira e dá os primeiros pontapés na bola nas camadas jovens da Associação Desportiva da Sanjoanense. Recrutado pelo Sporting, veste de verde e branco durante uma temporada para logo de seguida rumar aos juniores do FC Porto.

Já sénior, o jovem jogador é cedido pelos dragões ao Gil Vicente na época 1988/89, seguir-se-ia o Penafiel (2 anos), Famalicão e Sporting de Braga, estes empréstimos dos jovens portistas a outros clubes, era uma prática utilizada pelo clube da cidade invicta, quer antes ou depois de Secretário, de enorme sucesso como aconteceu com Fernando Couto, Jorge Costa ou Ricardo Carvalho.

Ao fim de cinco anos de empréstimos, regressa ao clube do dragão. Com o treinador inglês Robson e Mourinho, o FC Porto começa a descolar, o que permite a Secretário evoluir nessa primeira época de azul e branco, joga os 240 minutos da final e finalíssima da Taça de Portugal e é um dos protagonistas da formação portista que vence o Sporting.

Conquistado o campeonato de 1995, apontado o primeiro e único golo pela seleção, frente à Letónia, vitória portuguesa por 3-2 nas Antas, Secretário abraça o maior desafio da sua carreira, substituir o mítico capitão portista João Pinto.

Estará para sempre ligado às dificuldades sentidas na passagem por Espanha, regressando ao Porto depois de época e meia nos “merengues”, o passe errado que origina o golo de Acosta e que marcaria o campeonato nacional de 2000, mas não será recordado pela técnica assinalável, o espírito combativo e a rara vocação para ocupar todos os lugares do lado direito das equipas onde jogava.

Naqueles tempos de jogador, Secretário foi um dos melhores jogadores atuar no corredor direito.

Apesar de não ter sido um jogador brilhante, o palmarés conquistado em campo, revela sem quaisquer dúvidas, que foi um dos grandes futebolistas portugueses.

Provavelmente nunca será feita justiça a Secretário, no entanto, foi seis vezes campeão nacional pelo FC Porto, campeão de Espanha, vestiu a camisola das quinas nas grandes competições internacionais e é o primeiro português a jogar no galáctico Real Madrid.