63º TREINADOR DO SLB por Rui Alves

Para trás ficaram quase três décadas como treinador, quando, em 2009, Jesus chega ao Benfica, provocando de imediato uma autêntica revolução no clube, pondo em causa a correlação de forças do futebol nacional.

Os encarnados com este técnico nascido na Amadora, iniciam de uma forma mais intensa a luta pela supremacia no futebol português com o FC Porto. O Benfica em seis épocas, de 2009 a 2015, viria a estar em 11 finais, à média de quase duas por ano.

O ‘Jota Jota’ da linha de Sintra, no entanto, não seria feliz nas duas finais consecutivas da Liga Europa, em 2013 contra o Chelsea, já nos minutos de desconto sofre o golo da derrota e em 2014, novo desaire, agora no desempate por grandes penalidades, frente à equipa espanhola do Sevilha.

Se, nas competições europeias foi incapaz de melhorar o desempenho do clube lisboeta, nas competições internas, Jorge Jesus vence as suas duas primeiras finais (2009 e 2010), na Supertaça como na Taça da Liga, não dá quaisquer hipóteses ao FC Porto nesses dois jogos.

Na época 2010/11, o clube portista resgata a Supertaça, mas o técnico encarnado conclui a segunda época na Luz com novo triunfo na mais recente prova do futebol nacional, a Taça da Liga, vitória magra por 2-1 ao Paços de Ferreira.

Passado um ano e o Benfica só estaria presente numa final, a da Taça da Liga, arrebata o troféu pela 3ª época consecutiva, vitória sofrida por 2-1, agora frente ao Gil Vicente.

Campeão nacional no 1º ano de águia ao peito, Jesus sedento de títulos faz, durante três anos, uma travessia no deserto, e bem acordado em 2013, vive o maior pesadelo de sempre na sua longa carreira de treinador.

Nos momentos finais da época, tudo perde, a tal final europeia contra o Chelsea, o Campeonato na penúltima jornada, seguindo-se o jogo da final da Taça de Portugal com o Vitória de Guimarães.

Os vimaranenses triunfam por 2-1, foi o segundo desaire de Jesus no Estádio Nacional, depois da derrota com o Sporting, ao comando do Belenenses em 2007, na primeira final da sua carreira, por culpa do golo solitário do ‘levezinho’ Liedson aos 87 minutos.

Três jogos, três derrotas e a glória ali tão perto.

Na época seguinte, a redenção, conquista o Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga e Supertaça, a ‘saga’ prossegue e no último ano no clube encarnado, ganha pela terceira vez o Nacional de Futebol em seis anos à frente do Benfica.

Formado no Sporting, faz uma carreira modesta como jogador e é aos 54 anos como treinador do grande rival, que a memória do 63º treinador do Benfica usufrui de um espaço no arquivo da RTP.