A PEQUENA TRAVESSIA DO TEJO por Rui Alves

Muito longe vão os tempos, em que o belo estuário do Rio Tejo era utilizado para a realização de provas de natação.

No início do século XX, existem poucas piscinas no país e quando surgem as competições em águas abertas, são recebidas com grande entusiasmo. Os duelos entre nadadores passam a ser notícia nos jornais. Os desafios públicos entre os desportistas provoca a curiosidade e arraste , milhares de pessoas para as duas margens do rio.

Durante décadas, realiza-se anualmente a Travessia do Tejo, no percurso clássico de Algés à Trafaria. No baú das recordações, está a estreia oficial em 1936, do jovem de 15 anos Baptista Pereira, que anos mais tarde viria a conseguir uma das maiores proezas do desporto português, ao ganhar a histórica Travessia do Canal da Mancha de 1954.

Esta competição, ao entrar na década de 60 do século passado, vai sofrendo com a falta de quem organize, o desinteresse dos nadadores por este género de competição que não está alheia, a poluição que gradualmente foi tomando conta dos nossos rios.

Célebres no passado, as longas maratonas natatórias têm renascido por toda a Europa. Em 2007, o Comité Olímpico Internacional, decide integrar as águas abertas nos Jogos Olímpicos de 2008.

Em 2017, está de regresso ao cenário natural do Tejo, uma prova em águas abertas, realizada em circuito, entre o Cais das Colunas e o Cais do Sodré.