ASSEMBLEIA HISTÓRICA NO BENFICA, por Rui Alves

Jorge Gomes, César, Paulo Campos, Cládio Adão, Filipovic, Stromberg, Magnusson, Valdo, Schwarz, Thern, Elzo, Luisão, Ricardo Gomes, Mozer, Isaías, são muitos os futebolistas estrangeiros que envergaram a camisola do Benfica, no entanto, nenhum destes futebolistas poderia ter alinhado pelo clube de Lisboa se não tivesse acontecido no primeiro dia de julho de 1978 a assembleia geral, hoje histórica, que decide aceitar a contratação de jogadores oriundos de outros países.

Desde da sua fundação, o clube encarnado apenas recrutava jogadores que tinham nascido em Portugal ou nas antigas colónias portuguesas para o seu plantel, recusando a ideia de contratar estrangeiros para a equipa da Luz.

Perdido o campeonato de 1978 para o FC Porto, o primeiro de dois consecutivos conquistados por Pedroto e Pinto da Costa, e colocada em causa a hegemonia do clube lisboeta, os associados benfiquistas ouviram e responderam.... sim. O voto favorável às intenções do Presidente Ferreira Queimado já não foi a tempo para reforçar a equipa para a temporada de 1978/79.

Jorge Gomes, o primeiro dos muitos brasileiros contratados pelo clube da capital e o primeiro estrangeiro, mas com rigor, tal facto não corresponde totalmente à verdade, na primeira década do século passado, o francês Cirilo Miramon envergara a camisola encarnada.

O avançado em evidência no Boavista e que parecia o homem certo para reforçar a frente de ataque ao lado do inesquecível Nené e do guineense Reinaldo. O que faria dentro de campo poucos se recordam, no entanto, a porta estava aberta para a entrada de mais estrangeiros no clube português.

O Benfica iria passar por um raro jejum de três anos, e é com comando técnico do húngaro Lajos Baroti que levaria a melhor perante a forte concorrência de portistas e sportinguistas na conquista do título de 1981.