CONDUZIR À FANGIO NO MONSANTO, por Rui Alves

Foi no Verão de 1957, quando Lisboa dispunha de um belo “circuito” que essa incontestável “lenda” do desporto automóvel mundial, Juan Manuel Fangio, veio correr no Parque Florestal do Monsanto.

Por apenas uma vez se pode assistir a condução à Fangio em estradas portuguesas.

O entusiasmo de milhares e milhares de pessoas, mesmo aqueles que nunca tinham assistido a uma corrida de automóveis, provoca que as bancadas estejam completamente preenchidas no VI Grande Prémio de Portugal.

Organizado pelo ACP, a corrida reúne 18 concorrentes das mais variadas nacionalidades, o norte-americano Phil Hill que também viria a ser campeão mundial, o espanhol Godia Sales, o argentino Carlos Mentidiguy, o belga Conde de Changy, o francês François Picard e o inglês Collin Murray, que disputaram a corrida de “sport”.

Logo nos treinos, Fangio alcança a média espantosa de 143 km/h, ao volante do seu potente “Maserati” número 11 foi o melhor em pista conquistando de imediato o imenso público.

Depois, durante a corrida, a sua arte de condução, impõe-se, curva após curva. Ocupa a primeira posição a partir da 10ª volta, o Grande Prémio tinha 55 voltas, Fangio foi o senhor absoluto da prova.

“El Maestro”, como era chamado pelos outros pilotos, promete voltar a correr em Portugal, no entanto, tal não viria acontecer. O piloto argentino iria retirar-se no ano seguinte com quase 50 anos de idade. E o seu recorde de cinco vitórias como Campeão Mundial só viria ser batido bem mais tarde pelo alemão Michael Schumacher.