Correr para acreditar, por Rui Alves

Campeão do Mundo, da Europa e medalhado nos Jogos Olímpicos, Rui Silva é um perfeito desconhecido, sobretudo para os mais jovens, num país onde o futebol é rei e qualquer outra modalidade desportiva não tem a popularidade do pontapé na bola.

Rui Silva é uma figura incontornável do atletismo português, tal como são Carlos Lopes ou Rosa Mota, e este Replay” da RTP Memória vai relembrar a conquista do bronze olímpico.

O atleta que nasceu em Vila Chã de Ourique, lugarejo situado a três quilómetros do Cartaxo, não surpreende, o primeiro contato desportivo é com uma bola de futebol, mas depressa se percebe que era rápido, era mesmo o mais veloz e resistente de todos os seus amigos, alguns deles que até faziam atletismo no Estrela Ouriquense.

E por destino ou por puro acaso, quando assistia à competição dos seus jovens amigos, uma estafeta, quando o espantado treinador deu pela falta de um elemento, desafia o Rui, que com as sapatilhas com que anda no dia-a-dia e de calças de ganga, corre... e, assim, nasce um campeão.

Aos 16 anos, os primeiros títulos, campeão de Portugal de juvenis de 1500 e 3000 metros, revalidaria no ano seguinte, juntando também o de corta-mato em 1994.

Em Atenas, dez anos depois, na maior competição desportiva do planeta, Rui Silva festeja a medalha de bronze, com um atraso de apenas meio segundo para o vencedor dos 1500 metros.

A 25.ª edição dos Jogos Olímpicos foi a mais lucrativa de sempre para Portugal, entre 202 comités nacionais, foi 61.º no quadro de medalhas.

Em 22 presenças olímpicas, os atletas portugueses ostentam 22 medalhas, quatro medalhas de ouro, sete de prata e 11 de bronze, conquistadas em sete modalidades: atletismo, triatlo, vela, hipismo, tiro, esgrima, judo e ciclismo.