O ETERNO SEGUNDO PASSA A VENCEDOR por Rui Alves

Como amador, no Tróia Marisco, Vítor Gamito vence o Grande Prémio do Jornal de Notícias de 1993. A vitória faz despertar o interesse da Sicasal, cuja equipa tinha conquistado por três vezes consecutivas (de 1990 a 1992), a Volta a Portugal.

Ainda no ano de 1993, estreia-se como profissional da equipa de Torres Vedras na principal prova do ciclismo nacional, surpreende o pelotão e só Joaquim Gomes e Orlando Rodrigues no ano seguinte ficaram à frente do ciclista natural de Lisboa.

Em 1996, Gamito fica a mais de três minutos do italiano Massimiliano Lelli que é o sexto ciclista vencedor da Volta. No último ano do século passado, acontece a derrota que terá sido a mais difícil de esquecer, perde a camisola amarela por apenas 9 segundos.

Na entrada para o novo milénio, mostra a coragem de um campeão na subida da Senhora da Graça, supera o sofrimento causado pela dor do nervo ciático que o faz perder mais de um minuto para o líder da Volta. A vontade de abandonar fica nas terras do Basto e a vontade de vencer faz com que seja o primeiro a cortar a meta instalada lá bem no alto da Serra da Estrela.

Ao assumir a liderança na etapa que terminou na Torre, assume-se como o principal favorito, demonstrando de uma forma indiscutível a sua classe, quando é o mais rápido no contra-relógio de Marvão.

Na entrada para o novo milénio, os rivais ficaram para trás e finalmente, Vítor Gamito o eterno segundo, demonstra que é o mais forte e sagra-se vencedor da Volta a Portugal de 2000, depois de ter sido o primeiro dos últimos por quatro vezes.