O «POSTE» DO FC PORTO por Rui Alves

A RTP, com uma vida cheia de memórias, foi desta vez ao arquivo para lembrar Alves Nilo Marcos Lima Fortes, mais conhecido como Vinha, e que faz parte da coleção dos cromos mais inesquecíveis do futebol lusitano.

Famoso por ser goleador? Não. Jogador de elevada técnica individual? Não. Remate fácil? Não. Mas era alto, 1 metro e noventa e três centímetros!

Por ter renovado o contrato e já com a pré-época a decorrer, é surpreendido com o convite para trocar Vidal Pinheiro pelas Antas. Pedido expresso do treinador Ivic, as novidades não ficavam por trocar de clube, muda também de posição no relvado, isto é, de médio do Salgueiros a «poste» da equipa campeã nacional.

Até ao FC Porto, ocupou sempre a zona central do campo, e quando os golos faltavam, era colocado lá na frente, junto à baliza, para aproveitar os quase dois metros de altura.

Este cabo-verdiano que joga de uma forma algo desengonçada, é um futebolista empenhado, com algum instinto na área adversária, razões para o técnico croata da equipa portista ter aconselhado a sua contratação.

Faz a sua estreia com a camisola azul e branca, no segundo jogo da Supertaça. Quando entra, já tinha passado uma hora de jogo e o clube da cidade invicta, depois de derrotado na primeira mão, precisa de vencer os encarnados.

O golo do esforçado avançado, originaria uma finalíssima, partida em que os portistas sairiam vencedores, colecionando assim, mais um troféu arrancado ao seu grande rival, o Benfica.

O «Poste» do Porto que se transforma num herói improvável nos dois primeiros jogos da época ao apontar dois golos ao Benfica, representaria os dragões em 19 jogos oficiais, oito dos quais como fazendo parte da equipa inicial e marca cinco golos.

No entanto, a produção ofensiva não convence a direção portista que o devolve, no final da época, ao histórico clube de Paranhos, onde iria apontar 20 golos em 170 desafios.