OURO NO EUROPEU, por Rui Alves

Existe e existirá sempre muitas memórias para recordar.

António Pinto foi um dos melhores maratonistas mundiais, três vezes vencedor em Londres, mas foi nos 10000 metros que viria a brilhar.

Este antigo ciclista que chega tarde ao atletismo, sagra-se campeão europeu nos 10000 metros e seria 5º no Mundial 99, onde só foi derrotado por 4 africanos.

Pouco tempo antes, havia batido o histórico recorde nacional dos 5000 metros, com 13.02,86, era naquele tempo a 3ª melhor marca europeia de sempre.

O atleta natural de Vila Garcia no concelho de Amarante, é uma das maiores lendas do atletismo, entre 2000 e 2017, foi o orgulhoso detentor do recorde europeu da Maratona com o tempo de 2 horas, seis minutos e trinta e seis segundos.

Pinto inicia a sua carreira desportiva no AD Amarante (1986-87), faz uma passagem fulgurante pelo FC Porto no ano seguinte para logo a seguir representar o Benfica.

Recrutado pelo clube encarnado devido à ação do benfiquista Marcel de Almeida, que investiu do próprio bolso, muito dinheiro para assim poder retaliar a ida dos futebolistas Rui Águas e Dito para o clube da cidade invicta.

“Tinha muito dinheiro e fizemos um contrato ao nível de um futebolista" revelação feita pelo antigo atleta, anos mais tarde.

O ano de 1998 foi muito bom para o atletismo luso, Portugal conquista seis medalhas no Europeu de Budapeste: duas de ouro (António Pinto nos 10000 m e Manuela Machado na maratona), três de prata (Rui Silva e Carla Sacramento nos 1500 m e Fernanda Ribeiro nos 10000 m) e uma de bronze (Susana Feitor nos 10 km marcha). Rui Silva já surpreendera no inverno, ao sagrar-se campeão europeu de pista coberta, enquanto Carlos Calado e Fernanda Ribeiro ocupam o segundo degrau do pódio arrecadando as respetivas medalhas de prata.

Ano de ouro, bem guardado no Arquivo da RTP, a televisão pública de Portugal que mais uma vez, relembra uma retumbante vitória internacional do desporto nacional.