QUE GRANDE MARTELINHO! por Rui Alves

A seis jornadas do fim, o Boavista lidera o Campeonato com 4 pontos de vantagem sobre o FC Porto, e pela frente tem o campeão nacional da época anterior.

O “Boavistão” na recepção à equipa leonina, que tem o gigante Schmeichel André Cruz, João Pinto, Pedro Barbosa, Paulo Bento entre outros, não pode perder.

Martelinho, o autor do golo solitário marcado aos ainda campeões, acaba mesmo por definir o rumo que determinaria a conquista do primeiro e único título do Boavista.

Que grande Martelinho!

E fez-se história, mesmo com a derrota no Estádio das Antas na última jornada, o Boavista conquista o primeiro título, interrompendo pela segunda vez o domínio avassalador dos três inevitáveis vencedores, Sporting, Benfica e FC Porto.

Desde que o Belenenses tinha ganho o campeonato em 1946, são precisos 55 anos para nascer um novo campeão.

Em 2001, o primeiro lugar foi para muitos merecido, para outros favorecido pelas arbitragens. Opiniões existirão muitas, aberta a porta à discussão: Petit jogador preponderante nas ações do meio campo do Boavista e que foi apelidado de caceteiro, passa a jogador agressivo no Benfica.

No historial dos axadrezados constam 2 segundos lugares, em 1975/76, com o mítico José Maria Pedroto no comando técnico, e, mais recentemente, em 1998/99 alcançado por Jaime Pacheco, treinador disciplinador, mas próximo dos futebolistas desenha uma equipa sólida na defesa e um jogo vertical direto à baliza contrária.

A fortaleza defensiva é muito bem traduzida nos números: sofre apenas 22 golos em 34 jornadas. Nos 17 jogos caseiros, então, foram apenas seis tentos sofridos, não foi por acaso, que a equipa colecionou 16 vitórias.

Foi o que o clube do Bessa precisava para conquistar o primeiro campeonato da sua história, numa temporada em que os tais grandes demoraram muito tempo para resolver os seus problemas internos.