RALI DE SINTRA, PRAIA DAS MAÇAS, ENFIM, RALI DAS CAMÉLIAS por Rui Alves

No Rali de Sintra, pilotos e carros, tinham que correr em estradas de terra, com controlos muito apertados no horário de passagem, quase impossíveis de cumprir na Praia das Maças, terminando a etapa de madrugada, sob o denso nevoeiro no percurso até à Praia Grande.

Sempre à noite, os primeiros Ralis de Sintra, eram feitos na Serra, a classificativa completa da Lagoa Azul/Peninha, por exemplo, foi utilizada por três vezes na mesma edição, finalizando o duro Rali, na descida empedrada para São Pedro!

Se, no princípio do Rali, era uma prova disputada unicamente no concelho de Sintra, a especial da Praia das Maças, era a delicia dos muitos adeptos do desporto automóvel, foi com a integração das estradas de Mafra, que enfim, se chamou, Rali das Camélias, com mais quilómetros, pode então, integrar o Campeonato Nacional.


Nos dois dias de competição, as condições mudavam radicalmente e sob intempéries, com pisos escorregadios em estradas sinuosas e estreitas, os pilotos tinham que demonstrar toda a sua perícia, destacando-se, entre outros, Américo Nunes que na sua bomba verde, é o grande vencedor das Camélias de 1971, após Gioganni Salvi ter sido desclassificado por faltar na sua carta, o visto de um dos postos de controlo.

Em 20 anos como piloto de Ralis ou de Velocidade, Américo Nunes, nove vezes Campeão Nacional, sempre ao volante de um Porsche, conquista dezoito vitórias no Nacional de Ralis e duas no anterior Campeonato Nacional de Condutores, retirando-se em definitivo, depois de correr o Rali das Camélias de 1983, o piloto de Lisboa, fica pela 12ª posição, a quase 15 minutos do vencedor Joaquim Santos no lendário Ford Escort RS 1800.