UMA DAS VITÓRIAS MAIS FANTÁSTICAS, por Rui Alves

Nasce a 23 de Junho de 1969, em Penafiel. Com apenas 11 anos corre a meia maratona da Nazaré e sensacionalmente corta a meta quatro segundos depois da primeira classificada Rosa Mota.

Maria Fernanda Moreira Ribeiro iria protagonizar na madrugada de 4 de Agosto de 1996, uma das vitórias mais fantásticas em finais olímpicas.

A principal adversária é aquela que o Senhor Atletismo chama de “farmacêutica”, no entanto, foram precisas duas décadas para se descobrir uma carta que terá sido redigida em 1995 e onde a chinesa Junxia confessa que era obrigada a tomar substâncias proibidas, confirmando assim, as suspeitas do Professor Moniz Pereira.

A televisão pública de Portugal transmite em direto a última corrida dos 10 quilómetros femininos dos Jogos Olímpicos de 1996, é uma final digna de ficar na memória.

A noite está quente e húmida, as duas atletas em duelo emocionante entram juntas para a derradeira volta. Na reta final e com o país já sem fôlego, a face de Fernanda Ribeiro é visível o esforço para se colocar na frente de Wang Junxia.

O ritmo das duas atletas é alucinante, faltam menos de 100 metros para se saber quem conquistaria a admiração mundial e o ambicionado ouro.

Colados aos ecrãs, os portugueses assistem à enorme força de vontade da Fernanda que acelera, acelera cada vez mais, a atleta portuguesa justifica a expressão latina do lema olímpico, “Citius, Altius, Fortius”, isto é, mais rápido, mais alto e mais forte que a chinesa para alcançar o momento de erguer os braços.

E que bem fica o ouro a Fernanda Ribeiro!