Energias renováveis geraram metade da eletricidade doméstica em 2015

por RTP
Carlos Barria - Reuters

A Agência Internacional de Energia (AIE) concluiu que as energias amigas do ambiente geraram mais de metade da eletricidade para uso doméstico em todo o mundo durante 2015. É algo que acontece pela primeira vez e os especialistas acreditam que, dentro de cinco anos, as energias renováveis ultrapassem os combustíveis fósseis.

Fatih Birol, diretor executivo da AIE, afirmou que “estamos a presenciar uma transformação nos mercados de sistemas de energia liderados por fontes renováveis”. O óleo, gás, carvão e energia nuclear poderão ser superados por meios mais verdes em breve. Esta mudança “será comandada por países emergentes e não por países industrializados”, revelou ao diário britânico The Guardian.
Os países europeus tiveram um bom desempenho até 2015, mas podem colocar em risco a sua posição devido a fracas políticas de eletricidade.
No entanto, a China tem sido e continuará a ser a principal geradora de eletricidade através de energias renováveis, superando a Europa e os Estados Unidos. “Será a responsável por cerca de 40 por cento do crescimento nos próximos cinco anos” e deixará de parte o carvão, declarou Birol.

Segundo o relatório anual sobre a evolução das energias verdes publicado pela AIE, a expectativa global é que as energias renováveis, como a solar e a eólica, venham a crescer ainda mais depressa do que o esperado até 2021 através da ajuda de políticas mais favoráveis e da descida dos custos. Estas melhorias serão particularmente exploradas nos Estados Unidos, China e Índia.
Descida de preços “sem precedentes”
Espera-se que, até lá, sejam instalados cerca de 825 gigawatts de novas capacidades elétricas, significando um progresso de 42 por cento em relação a 2015. O relatório calcula que, em 2021, 28 por cento da eletricidade mundial seja produzida por energias renováveis. Em 2015 esta produção fixou-se nos 23 por cento.

Os parques eólicos e os painéis solares foram as principais fontes de energia no último ano. Calcula-se que, até 2021, a geração de eletricidade através do vento duplique e o seu preço seja reduzido em 15 por cento. Já a energia solar deve triplicar e reduzir os custos em 25 por cento.

Nos últimos cinco anos os preços tinham já sofrido uma diminuição. “O custo do vento caiu cerca de um terço” e o da água 80 por cento, uma descida “sem precendentes” e que não se compara à reduzida velocidade a que caem os preços do gás, afirmou Birol.

As energias renováveis representaram, em 2015, 50 por cento da eletricidade para uso doméstico. Segundo a AIE, alcançarão os 60 por cento em 2021. Estas energias são um dos principais veículos para a redução de emissões de gás com efeito de estufa estipulada pelo acordo de Paris sobre o clima.
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