Marcas de produtos já podem ter código de ADN exclusivo

por RTP
Foto: Mário Galego, RTP

É uma descoberta portuguesa que pode ajudar o combate àá fraude e à contrafação de produtos de marca. Um código único de ADN, para um produto de uma marca registada.

A descoberta é nacional. Dois biólogos da Universidade de Aveiro (UA), desenvolveram códigos de ADN para marcas.

Uma tecnologia inovadora que pode ser aplicada em qualquer produto para fazer prova da respectiva autenticidade e, por isso, ajudar no combate à contrafacção.

O processo foi elaborado no Laboratório de Estudos Moleculares e Ambientes Marinhos (LEMAM) da UA pelos biólogos Newton Gomes e Francisco Coelho e consiste na criação de etiquetas com um código de ADN a partir da variabilidade de ADN existente na natureza.

“A tecnologia que criámos produz códigos de ADN a partir da variabilidade da Natureza. Assim é possível criar um código único para cada empresa, ou para cada linha de produtos”, explica Newton Gomes.

O conceito desenvolvido pelos investigadores é, por isso, “semelhante ao código de barras tradicional, sendo que neste caso, a informação está codificada no ADN e não nas barras”.

                                    

Os códigos ADN podem ser aplicados em qualquer superfície e inseridos em qualquer produto.

Peças de roupa, telemóveis, tablets, computadores, malas, jóias até mesmo numa uma obra de arte.

As etiquetas de ADN constituem assim uma peça molecular únicas, de fácil e barata produção e, ao contrário de todos os métodos utilizados atualmente pelos mercados para identificar e autenticar produtos, impossíveis de falsificar.

A descoberta da UA permite que, caso a originalidade de qualquer produto seja posta em causa, e tendo este incorporado a tecnologia do LEMAM, a simples recolha de uma amostra do ADN da etiqueta, com um simples cotonete, e depois de analisada em laboratório, comprovar a autenticidade do produto.

Um processo que parece à partida simples, mas que tem segredos. A chave para um método único e difícil de replicar está na dificuldade em ler as etiquetas moleculares sem a “chave” única de cada código.

“Isto impossibilita a sua replicação e aplicação em produtos falsificados”, garantem os biólogos Newton Gomes e Francisco Coelho.
Newton Gomes diz que “O aumento de produtos contrafeitos e falsificados nas cadeias de distribuição nunca como agora representou uma ameaça tão importante”, e avisa que as perdas devido a contrafação e falsificação estão a tomar proporções alarmantes.

A tecnologia da UA, está já patenteada e prototipada e pronta para ser colocada no mercado, estando a Unidade de Transferência de Tecnologia da Universidade agora, a procura de parceiros de negócio que queiram implementar a tecnologia nas suas empresas e produtos.

Já em fase de estudo está a criação de uma tecnologia que permita a verificação do ADN no local, seja numa loja, numa feira ou numa fábrica suspeita de falsificação.
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