Exibição comercial de documentário "Mudar de vida" estende-se a Setúbal e Leiria

por Lusa

Ao fim de quase dois meses, o documentário "Mudar de vida", sobre o músico José Mário Branco, assinado por Nelson Guerreiro e Pedro Fidalgo, resiste numa sala em Lisboa e estreia-se em Setúbal e em Leiria.

À agência Lusa, o realizador Nelson Guerreiro explicou que o filme ficará em sala, em Lisboa, pela nona semana consecutiva, numa só sessão, mas a exibidora também o estreará, esta quinta-feira, naquelas duas cidades.

"Mudar de vida - José Mário Branco, vida e obra" estreou-se no circuito comercial a 05 de maio e, desde então, registou 1.181 espectadores, valor que exclui as sessões que já foi tendo esporadicamente pelo país, a pedido de associações culturais e cineclubes.

Está entre os dez filmes portugueses mais vistos este ano em sala, o que, para Nelson Guerreiro, supera todas as expectativas, porque não havia grandes expectativas.

"Depois de termos contactado várias exibidoras - e só uma nos deu uma resposta - e, mesmo assim, termos estes espectadores, é um bocado surreal", afirmou o realizador, que assinou a primeira longa-metragem documental juntamente com Pedro Fidalgo.

Passaram-se 11 anos desde que os dois realizadores avançaram com a ideia de fazer um documentário sobre o músico e compositor português José Mário Branco, uma demanda a que este respondeu com uma "generosidade singular", contaram à Lusa.

Sem apoios financeiros do Instituto do Cinema e Audiovisual, o filme teve antestreia nacional em 2014, no IndieLisboa, e só dois anos depois teve estreia comercial.

Ao longo dos vários anos de rodagem e montagem, Pedro Fidalgo e Nelson Guerreiro reuniram imagens de espetáculos, de gravações em estúdio, acompanharam José Mário Branco a trabalhar com outros músicos, em casa e nos bastidores.

Há ainda gravações de várias manifestações, de acções do Tribunal Mundial sobre o Iraque, ao qual José Mário Branco está associado, e algumas imagens de arquivo sobre o músico que compôs "FMI", "Ronda do Soldadinho", "Margem de certa maneira", "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", "Ser solidário".

O resultado é não só um retrato filmado de José Mário Branco, mas também do país, particularmente afetado pela crise económica.

 

 

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