Jornal vai dar a conhecer em Veneza um século da habitação em Portugal

por Lusa
Rafael Marchante, Reuters

O jornal "Homeland | News From Portugal", projeto da representação nacional na Bienal de Arquitetura de Veneza, que abre ao público no sábado, vai dar a conhecer a evolução da habitação no país, ao longo de um século.

A representação portuguesa é oficialmente inaugurada na sexta-feira, às 17:00, no espaço do Arsenale da 14.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, um dia antes da abertura ao público.

A primeira das três edições do jornal - com 55 mil exemplares cada -, no entanto, já começou a ser distribuída no certame, aberto desde quarta-feira aos profissionais do setor e aos media, indicou à agência Lusa o comissário da representação portuguesa, Pedro Campos Costa.

Contactado pela agência Lusa, o arquiteto disse que naquele espaço estarão duas máquinas distribuidoras do jornal e também vão estar ardinas distribuídos pelo recinto a entregar "Notícias de Portugal", sobre cem anos de habitação e sobre os projetos em curso em seis cidades do país.

"A Bienal ainda não abriu ao público, mas já vi algumas pessoas a ler o jornal", disse o arquiteto e mentor da ideia, que resolveu o problema da falta de um pavilhão para Portugal."Dispositivo não convencional"

Ao contrário de edições anteriores, a representação portuguesa, não estará num pavilhão ou consubstanciada num espaço em forma de exposição, mas neste projeto definido como "dispositivo não convencional", pela Direção-Geral das Artes (DGArtes), organismo da secretaria de Estado da Cultura responsável pela representação oficial portuguesa.

O projeto tem produção da Trienal de Arquitetura de Lisboa, presidida pelo arquiteto José Mateus, que estará presente na inauguração com Pedro Campos Costa, o diretor-geral das Artes, Samuel Rego, e o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier.

O jornal vai disponibilizar conteúdos noticiosos produzidos com base em duas áreas de reflexão, uma delas "Cronológica", com a qual se pretende perceber, através de várias perspetivas e pequenos estudos, qual a evolução da habitação em Portugal.

A "Propositiva", terá seis temáticas tipológicas, com seis projetos urbanísticos que decorrerão ao longo dos seis meses de duração da Bienal e que serão protagonizados por seis grupos de arquitetos, focados em seis cidades portuguesas.

As cidades são Porto, Matosinhos, Loures, Lisboa, Setúbal e Évora; as seis tipologias habitacionais são a temporária, informal, unifamiliar, coletiva, rural e reabilitação.

"Nesta primeira edição temos um estudo sobre a habitação nos últimos cem anos em Lisboa e no Porto", avançou Pedro Campos Costa, indicando que contou com a ajuda das faculdades de arquitetura daquelas cidades."Instrumentos de intervenção"

É intenção da DGArtes que sejam criadas propostas que fiquem para o futuro, como "instrumentos de intervenção que promovam e qualifiquem a arquitetura e o urbanismo em Portugal".

Sobre a receção do projeto por parte da organização da bienal, Pedro Campos Costa disse à Lusa que as reações têm sido de grande interesse: "Tive duas reuniões com o curador geral, o arquiteto holandês Rem Koolhas, e não recebi nenhum comentário negativo".

Adoc Architects, André Tavares, Artéria, Ateliermob, Like Architects, Mariana Pestana, Miguel Eufrásia, Miguel Marcelino, Paulo Moreira, Pedro Clarke, Sami Arquitectos e Susana Ventura são os arquitetos que vão participar no projeto de Portugal, em Veneza.

A 14.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza vai decorrer até 23 de novembro e tem como curador geral o arquiteto holandês Rem Koolhaas, autor do projeto da Casa da Música, no Porto, que definiu o conceito "Fundamentals" como tema base da edição deste ano.

Rem Koolhaas sublinhou, quando foi convidado, que esta edição da bienal será sobre arquitetura e não sobre arquitetos.

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