A obra inédita de Jorge Luís Borges foi escrita a partir da gravação de quatro conferências dadas pelo escritor argentino sobre o tango em 1965.
“O tango surge da milonga e, no início, é valente e feliz. Depois vai desanimando e ficando triste” relatava o escritor citado pelo jornal El País.
“O tango não é triste, melancólico, nostálgico, choroso. O tango é alegre”, insistia Jorge Luís Borges sobre a célebre música nascida nos subúrbios de Buenos Aires no século XIX.
O investigador Bernardo Atxaga recebeu as cassetes em 2002 das mãos do seu amigo, o ator José Manuel Goikoetxea. Mais de dez anos depois, a viúva de Jorge Luís Borges, Maria Kodama, certificou a autenticidade das gravações e apresentou o material na Casa do Leitor em Madrid.
No livro “El Tango” agora publicado em Espanha com a chancela da editora Lumen, é realizada uma viagem pela história da música que identifica a Argentina no mundo, com a perspetiva de Jorge Luís Borges, defendendo que o tango não é triste, nem popular ou suburbano, ou pelo menos, não nasceu assim.