Montemor-o-Velho assume falta de sustentabilidade financeira da Feira do Ano

por Lusa

O presidente da Câmara de Montemor-o-Velho assumiu hoje que a Feira do Ano não tem sustentabilidade financeira e que as receitas são menos de metade das despesas, mas realçou que o certame representa um investimento na promoção do concelho.

"Não tem sustentabilidade financeira, não tem. Mas isso é assumido por nós, é um investimento", disse Emílio Torrão (PS) aos jornalistas durante a apresentação da feira que se realiza de 04 a 13 de setembro, com entrada livre, e que inclui na programação as comemorações do dia do município, no dia 08.

O autarca frisou que, "assumidamente, a festa não é para dar lucro" e que os custos orçamentais - não divulgados, mas que deverão ultrapassar os 100 mil euros - lhe poderão trazer custos políticos.

"Não vim [para a política] para ser um político popular, vim para ser um político efetivo", adiantou Emílio Torrão, reafirmando a intenção de colocar Montemor-o-Velho "no mapa" e que os festejos são um momento de reencontro da população local com os seus emigrantes "e um espaço de identidade e afirmação concelhia".

E a "afirmação de um concelho não se faz só com as obras que têm de ser feitas", alegou, referindo que a autarquia mantém o evento com entrada livre porque "no dia em que começasse a cobrar entrada o figurino das festas mudaria e deixavam de ser festas populares".

Do programa hoje divulgado, consta, na abertura, um espetáculo com Carlão, artista cujo `cachet` chegou a ser vetado pela oposição na reunião do executivo camarário. Emílio Torrão explicou que o espetáculo vai acabar por se realizar, depois de o valor a pagar ter sido "ligeiramente" reduzido, passando a estar abaixo dos cinco mil euros, despesa que o presidente de Câmara pode assumir sem necessitar de uma deliberação municipal.

O autarca frisou que era "importante" que o cartaz das festas fosse "apelativo" e, apesar da oposição ter vetado um espetáculo com os GNR (cerca de 15 mil euros de `cachet`), os promotores apostaram em 40 artistas nacionais - cerca de 30 de âmbito local - que vão custar cerca de 32,5 mil euros.

A Feira do Ano de Montemor-o-Velho decorre durante 10 dias num recinto com cerca de 28 mil metros quadrados - o equivalente a cerca de quatro relvados de futebol - incluindo zonas de stands agrícolas e industriais, feira da roupa velha, atividades equestres, animação infantil e mostra de doces regionais - num total de 169 expositores, 30 tendas de bebidas, petiscos e licores, sete montras de doçaria e seis tasquinhas tradicionais.

A organização providencia ainda cinco parques de estacionamento, com capacidade para quase 1.900 viaturas.

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