Administração da Caixa admite ficar até Agosto

por RTP
Pedro A.Pina - RTP online

O conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos pediu a demissão há um mês. Na semana passada o ministro das Finanças pediu-lhe para se manter em funções até 15 de agosto. Mas a equipa liderada por José de Matos exige um pedido formal por escrito.

De acordo com o Negócios, o que os gestores querem é uma justificação por escrito das razões que os levem a ficar em funções mais 15 dias do que o estipulado legalmente. E ninguém se sente obrigado a permanecer no cargo.

"O conselho de administração mostrou todavia abertura para retirar o pedido de demissão por um mês (algo que podemos legalmente fazer) caso seja formalmente solicitado pelo ministro das Finanças com razões que nos levem a aceitar. Espero pois, como todos os meus colegas, o pedido do senhor ministro, após o qual decidirei", explicou Eduardo Paz Ferreira, administrador não executivo da Caixa, ao Negócios.

Na base do pedido da carta, está a "disciplina jurídica estabelecida no código das Sociedades Comerciais". Ao pedir a demissão a 21 de junho, o conselho de administração da CGD terá de sair a 31 de julho. Sem o pedido de Centeno, qualquer "ato que porventura viesse a praticar seria ilegal", sublinhou Paz Ferreira.

Na origem do pedido de Centeno está o atraso no processo de aprovação da nova equipa da CGD, cuja liderança foi confiada a António Domingues. Aguarda a decisão do Banco Central Europeu, que deverá surgir na primeira quinzena de agosto.

Do lado da tutela há confiança de que não haverá vazio de poder na Caixa. Fonte oficial do Ministério das Finanças garantiu ao Negócios que não há "evidência de falta de disponibilidade" de qualquer um dos administradores para se manter no cargo até à chegada de Domingues.

Na reunião de quinta-feira passada na CGD, todos se mostraram, pelo contrário, "dispostos a garantir uma transição tranquila".

Para já também aqui não se desenha nenhum plano "B" que seja alternativa ao prolongamento de funções. "não se coloca neste momento", referiu a mesma fonte da tutela.
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