Cinquenta e três instituições bancárias são postas à prova pela Autoridade Bancária Europeia. Os resultados só serão conhecidos na sexta-feira, mas em Espanha já se multiplicam as análises aos seis bancos que serão alvo de avaliação do supervisor. A conclusão é de que todos vão superar sem problemas os testes de stress.
No total serão 53 as instituições, que serão alvo dos testes, uma amostra que cobre 70 por cento dos ativos do sector bancário na área do euro.
Na lista não surge qualquer instituição com sede em Portugal, pois, pela primeira vez, a amostra foi definida de um ponto de vista do Mecanismo Único de Supervisão (MUS) e não através de uma perspetiva nacional.
De referir que o MUS é o sistema europeu de supervisão bancária e está em funcionamento desde 4 de novembro de 2014.
O BCE supervisiona diretamente as instituições de crédito significativas. As autoridades nacionais competentes supervisionam as restantes instituições de crédito, em estreita colaboração com o BCE.
Bankia com melhor rácio de capital
Embora os resultados não sejam conhecidos, fontes financeiras citadas pelo diário El País referem que, apesar do cenário económico adverso, o Bankia irá ter o melhor rácio de capital (cerca de dez por cento), o CaixaBank, BBVA, Sabadell e Santander irão posicionar-se entre os oito por cento ou nove por cento e o Banco Popular com uma nota perto de sete por cento, embora não seja tido em conta o seu aumento de capital no mês de junho, com o qual podia chegar aos dez por cento. Os valores mínimos estão fixados em 5,5 por cento.
A publicação dos resultados dos testes de stress permite ter uma ideia do estado de saúde dos bancos europeus.
A Autoridade Bancária Europeia tem como uma das suas vertentes os testes de resistência realizados pelo Banco Central Europeu, no sentido de testar a sua capacidade de resistência aos choques financeiros.
O objetivo das autoridades europeias é ter um sistema bancário saudável para relançar o crescimento económico. Os bancos que falharem os testes deverão tomar medidas corretivas, como alienações de ativos, aumentos de capital, etc.
15 países na mira
A Autoridade Bancária Europeia está a avaliar instituições de 15 países da União Europeia, com um mínimo de 30 mil milhões de euros em ativos. Entre eles estão dez bancos da Alemanha, seis bancos de Espanha e cinco bancos italianos.
Outros submetidos aos testes da EBA são os franceses BNP Paribas e o Crédit Agrícole, o Banco Nacional da Grécia, o irlandês Allied Irish Banks, os alemães Deutsche Bank e Commerzbank e os britânicos HSBC, Barclays, RBS e Lloyds.
De referir que um dos objetivos da Autoridade Bancária Europeia é defender a estabilidade financeira na União Europeia e garantir o bom funcionamento do sector bancário.
Ao contrário de outros testes, este terá a chancela da Autoridade Bancária Europeia, com sede em Londres, e não o Banco Central Europeu, embora o supervisor refira que os testes são realizados em "estreita cooperação" com a equipa presidida por Mario Draghi.
