O Bloco de Esquerda (BE) pediu hoje a demissão da administração da Parvalorem e pediu uma "auditoria externa urgente" à entidade e às ações dos seus gestores.
"É preciso conhecer tudo o que foi feito para que todos os negócios lesivos que possam ser corrigidos o sejam o quanto antes", sublinhou a porta-voz do Bloco, Catarina Martins, no final de uma reunião na sede do partido com a Comissão de Trabalhadores da Parvalorem.
O veículo estatal Parvalorem é o maior credor da Galilei (antiga Sociedade Lusa de Negócios) que era a dona do BPN até à sua nacionalização.
"Cada dia que passa", diz Catarina Martins, em que "os ex-amigos" do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho que estavam na Tecnoforma e estão agora na Parvalorem - Francisco Nogueira Leite e Francisco Banha, elencou a bloquista - é um dia em que "os contribuintes portugueses estão a perder mais dinheiro".
O Bloco pretende também esclarecimentos sobre a Pivot, sociedade que adquiriu recentemente o Efisa, banco de investimento do antigo BPN - a sociedade que comprou a entidade que tem entre os seus acionistas o antigo ministro do PSD Miguel Relvas.
"O atual conselho de administração da Parvalorem, e as pessoas que contrata para fazer negócios, está ligado ao mesmo PSD que fez o BPN, e portanto o conflito de interesses é mais que muito, a opacidade é gigantesca", vincou Catarina Martins.
"Garantias de idoneidade na gestão dos créditos" da entidade deve ser uma das prioridades de uma eventual nova administração da Parvalorem, prosseguiu a responsável, que lembrou ainda os quadros da entidade que "não têm nenhuma responsabilidade pelo buraco financeiro do BPN e estão a trabalhar como podem para conseguir recuperar os créditos", sendo ao mesmo tempo "no mínimo mal tratados" pela administração e Estado, "que não lhes diz nada sobre o seu futuro".
Falando em nome da CT da Parvalorem, Ricardo Gonçalves, lembrou que estes trabalhadores foram "as primeiras vítimas do sistema financeiro", e desde 2012 e "junto dos diversos governos" têm procurado uma solução para a sua situação.
A "nova configuração do contexto político", com um Governo do PS apoiado no parlamento, foi destacada pelo responsável que acredita que agora "seja possível arranjar uma solução" para este problema.