Câmara de Évora quer revitalizar centro histórico com projeto mais vasto de 22 milhões

por Lusa

Évora, 27 nov (Lusa) -- A Câmara de Évora quer desenvolver, com recurso a fundos comunitários, um projeto de regeneração urbana de 22 milhões de euros, 80% dos quais para revitalizar o centro histórico, revelou hoje o presidente do município.

O projeto, segundo o autarca de Évora, Carlos Pinto de Sá, já foi candidatado a financiamento do programa operacional Alentejo 2020, no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU).

"É uma candidatura muito vasta e que se insere na componente da regeneração urbana", explicou hoje à agência Lusa o autarca, acrescentando que o projeto está em fase de análise e que, "dificilmente", haverá "uma decisão até ao final deste ano".

Este projeto de regeneração urbana que o município quer implementar, com recurso a apoios comunitários, "tem três grandes componentes", uma delas a intervenção no centro histórico, que é Património da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

"A área do centro histórico é a que congrega o valor mais significativo desta candidatura, na ordem dos 80% do valor global dos 22 milhões de euros", realçou o autarca.

Neste âmbito, a autarquia inscreveu uma linha de investimento municipal para "procurar dar novos usos e reabilitar edifícios que sejam propriedade do município e também para a reabilitação de espaços públicos".

Foram consideradas, igualmente, "uma linha de investimento de outras instituições, públicas e privadas, e uma linha de apoio ao comércio local e à economia localizada dentro do centro histórico", referiu.

"E há também uma linha de apoio aos proprietários privados para a recuperação dos seus edifícios no centro histórico. Não são apoios a fundo perdido, porque a União Europeia não o permite, mas têm condições excelentes em relação às do mercado", revelou Carlos Pinto de Sá.

O autarca, que tem defendido a necessidade de um programa nacional de regeneração urbana para recuperar os centros históricos do país, argumentou que, se esta candidatura for aprovada, será apenas "um contributo" para dar "nova vida" à zona histórica de Évora.

"Continuamos a não ter instrumentos que nos permitam atuar em edifícios abandonados e que têm dezenas de herdeiros ou em edifícios em que não se conhecem os proprietários", pelo que "é indispensável um programa de regeneração urbana a nível nacional", reiterou.

Além do centro histórico, a candidatura abrange a regeneração urbana de "um ponto de vista social", com medidas direcionadas para o bairro da Cruz da Picada e para a Malagueira: "É onde temos questões sociais mais importantes", frisou Pinto de Sá.

A terceira componente diz respeito, "não a uma intervenção física, mas sim o financiamento para um estudo" voltado para a reabilitação de "áreas industriais degradadas e desocupadas", disse o autarca, aludindo à "zona norte da cidade", onde existem "grandes áreas de terrenos desaproveitados, propriedade de várias entidades".

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