Câmara do Porto gostava de adquirir ou arrendar a longo prazo Cinema Batalha

por Lusa

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, assumiu hoje que a autarquia gostaria de adquirir ou de arrendar a longo prazo o Cinema Batalha, acreditando que poderá haver novidades em breve.

Em declarações sobre os cinemas da baixa da cidade numa conferência de imprensa no Cinema Trindade, que vai reabrir ainda este ano, Rui Moreira lembrou que "o Cinema Batalha é uma velha aspiração da cidade", tendo a autarquia estado a negociar com os proprietários o futuro daquele espaço.

"Objetivamente, o que a Câmara Municipal do Porto gostaria seria ou adquirir o Cinema Batalha - passar a ser um imóvel municipal - ou fazer uma outra forma qualquer que poderá ser um contrato de aluguer de longa duração que nos permita intervir no espaço e depois esse teria que ser um espaço municipal ou em parceria com privados. Teria que ser um modelo diferente", afirmou o presidente da Câmara Municipal.

Rui Moreira realçou que "os proprietários não têm interesse em ser eles a operar o cinema".

"Para já precisamos de poder ter algum sentido de pertença sobre um equipamento que, apesar de tudo, é privado e portanto isto tem que ser negociado com toda a calma, com o respeito que as pessoas em causa naturalmente nos merecem", declarou o autarca.

Construído na década de 1940 e classificado como Monumento de Interesse Público em 2012, o Cinema Batalha foi encerrado em 2000, reaberto em 2006 e novamente fechado no fim de 2010.

A Associação de Comerciantes do Porto (ACP) ficou com o imóvel em 2002, no âmbito das negociações entre a Câmara e o grupo Amorim para viabilizar o Plano de Pormenor das Antas (PPA), a construção do estádio do Dragão e a realização do Europeu de Futebol de 2004 no Porto.

Foi no cinema Batalha que a ACP investiu grande parte dos cinco milhões de euros entregues pelo grupo Amorim nas negociações do PPA, mas os comerciantes acabariam por entregar as chaves do equipamento aos proprietários em 2010, alegando "prejuízos mensais avultados".

No fim de 2011, a Neves & Pascaud, proprietária do Cinema Batalha, acusou a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) de estar a fazer uma "expropriação encapotada" do imóvel, por não responder a propostas formais e não permitir novos usos para o equipamento.

O advogado da empresa disse à Lusa que "se o edifício mantiver exclusivamente uma vertente cultural, não terá viabilidade".

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