Dois mil emigrantes lesados pela subscrição de produtos do Banco Espírito Santo e que agora reivindicam a restituição de poupanças, de um conjunto de sete mil, já aceitaram a solução proposta pelo Novo Banco. É um balanço “muito positivo” aquele que é enunciado à agência Lusa por fonte da instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha.
Os sete mil casos de emigrantes lesados envolvem aplicações num montante de 720 milhões de euros.
“A adesão à solução para os clientes emigrantes está a correr de forma muito positiva”, indicou a fonte do Novo Banco ouvida pela agência Lusa, para sublinhar que, até sexta-feira, havia “duas mil propostas a clientes assinadas”.
A solução comercial do Novo Banco, que começou a ser apresentada há pouco mais de uma semana, passa pelo investimento nos produtos Poupança Plus, Top Renda e EuroAforro. Para avançar teve de receber a luz verde do Banco de Portugal.
A anulação dos veículos financeiros em causa, por parte do Novo Banco e do Credit Suisse, está condicionada à assinatura prévia dos clientes lesados. Só então pode concretizar-se a garantia de 60 por cento do capital investido - com liquidez, se for essa a escolha -, e um depósito anual crescente a seis anos, que visa a recuperação de pelo menos 90 por cento do capital.
“Não é milagre nenhum”
A 21 de julho, também em declarações à Lusa, Amélia Reis, porta-voz do Movimento dos Emigrantes Lesados, sediado em solo francês, deixava uma nota de descontentamento perante a proposta do Novo Banco. E a promessa de manifestações em Lisboa e na capital francesa.
Estão previstas ações para 10 de agosto na capital portuguesa e 26 de setembro em Paris, onde haverá ainda manifestações em todos os últimos sábados a partir do mês de outubro. “A não ser que haja um milagre antes”, frisava então a porta-voz, para quem a solução desenhada pelo sucessor do BES “não é milagre nenhum, só é pior”.
Da carteira mais quente do Novo Banco fazem também parte os casos de clientes que detinham como ativos subjacentes dívida sénior do Espírito Santo transitada para a instituição criada pelo Banco de Portugal.
Situações que, de acordo com a mesma fonte do Novo Banco, estão a ser trabalhadas desde outubro de 2014 – trata-se de cerca de 14 mil clientes com aplicações de 2.120 milhões de euros.
c/ Lusa
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