Economia portuguesa estagna do segundo para o terceiro trimestre

por Carlos Santos Neves - RTP
O INE divulgou esta segunda-feira mais uma estimativa das Contas Nacionais Pedro A. Pina - RTP

Foi nula a taxa de variação do Produto Interno Bruto no terceiro trimestre deste ano, por comparação com o trimestre imediatamente anterior, confirmou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística. Em termos homólogos, a economia cresceu 1,4 por cento, mas em desaceleração.

“Comparativamente com o 2.º trimestre, o PIB registou uma taxa de variação nula em termos reais (0,5 por cento no 2.º trimestre)”, lê-se no destaque da segunda estimativa das Contas Nacionais Trimestrais.Com a estagnação agora confirmada, estará comprometida a meta do anterior Governo de um crescimento de 1,6 por cento em 2015.

O INE escreve que “o contributo da procura interna foi negativo devido principalmente à redução do investimento”. Já a procura externa líquida teve um contributo positivo.

As importações de bens e serviços recuaram “de forma mais intensa” do que as exportações.

Por comparação com o mesmo trimestre de 2014, o Produto Interno Bruto progrediu 1,4 por cento. Porém, também neste capítulo houve uma desaceleração, dado que no segundo trimestre registara-se uma variação homóloga de 1,6 por cento.
Patrícia Cracel, Cristina Gomes - RTP

“O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no terceiro trimestre (passando de 3,5 pontos percentuais no segundo trimestre para 1,9 pontos percentuais), refletindo a desaceleração do investimento e, em menor grau, das despesas de consumo final”, esclarece o INE.

A taxa de variação do investimento resvalou, relativamente ao ano passado, de 8,5 por cento no segundo trimestre para 1,7 no terceiro, ao passo que, nos consumos privado e público ocorreram quebras de 3,2 para 2,3 por cento e de 0,6 para 0,4 por cento, respetivamente.
Balança comercial
Quanto à procura externa líquida, o INE constata um contributo negativo em 0,5 pontos percentuais, ainda que “de magnitude inferior ao observado no segundo trimestre (-0,2 pontos percentuais)”.

Sublinha, todavia, o Instituto Nacional de Estatística que houve “um ganho de termos de troca superior ao do trimestre anterior, com o deflator das importações a registar uma redução significativa”, o que decorre, em primeira linha, “da diminuição dos preços dos bens energéticos”.

No deve e haver das aquisições e vendas ao exterior, as exportações abrandaram no trimestre terminado em setembro, crescendo 3,9 por cento em volume, após uma progressão de 7,3 no três meses anteriores.


Fonte: INE

“As exportações de bens aumentaram 5,2 por cento (8,2 por cento no trimestre anterior) e as exportações de serviços apresentaram uma variação homóloga de 0,2 por cento (5 por cento no segundo trimestre)”, lê-se no mesmo destaque.

Do mesmo modo, verificou-se um abrandamento das importações de bens e serviços, “aumentando 4,9 por cento em termos homólogos, após um crescimento de 12 por cento no trimestre anterior”.

Tal desempenho ficar a dever-se à “acentuada desaceleração da componente de bens, que registou uma variação homóloga de 5,7 por cento”, a contrastar com os 13,4 por cento do segundo trimestre deste ano.

As importações de serviços também regrediram. Passaram de uma variação homóloga de 3,9 por cento no segundo trimestre para -0,1 no trimestre seguinte.

c/ Lusa

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