Empresa que perdeu transportes públicos em Vila Real vai contestar resultado

por Lusa

Vila Real, 30 jul (Lusa) -- A Corgobus, que pertence ao grupo espanhol Avanza, anunciou hoje que vai recorrer da decisão da autarquia de adjudicar os transportes públicos de Vila Real à transportadora Rodonorte, disse hoje fonte da empresa.

A Corgobus detém há 10 anos a concessão dos transportes públicos de Vila Real e foi uma das concorrentes ao concurso público internacional lançado em março pelo município.

O presidente da Câmara de Vila Real anunciou quarta-feira a adjudicação da rede de públicos urbanos à empresa Rodonorte, em detrimento do grupo espanhol Avanza, que detém a Corgobus. Recentemente o grupo espanhol de transportes urbanos Avanza ganhou a subconcessão do Metropolitano de Lisboa e da rodoviária Carris.

Depois de uma primeira análise ao relatório, o responsável pela Corgobus, João Queirós Lino, referiu que a empresa "estranha" o resultado e, por isso mesmo, decidiu que vai recorrer.

Em cima da mesa estão várias hipóteses, desde a providência cautelar, a uma ação de impugnação da adjudicação ou impugnação administrativa da adjudicação.

Os serviços jurídicos da empresa já estão a analisar o relatório para, depois, decidir a melhor forma de contestar o resultado.

As duas empresas, a Corgobus e a Rodonorte, apresentaram propostas pelo "preço mínimo de 200 mil euros".

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, referiu que o júri decidiu entregar o concurso à Rodonorte por "questões mínimas".

João Queirós Lino disse estranhar que os dois concorrentes tenham tido a mesma pontuação em muitos pontos do caderno de encargos que considerou ser "muito exigente".

Apontou ainda algumas questões em que considerou que a sua empresa foi prejudicada, como por exemplo, no que diz respeito "a legislação laboral que não é cumprida" mas em que a "nota máxima é concedida a alguns concorrentes".

O autarca Rui Santos disse que, com este concurso, a câmara poupa, em comparação com aquilo que existe hoje, "400 mil euros por ano, ou seja, qualquer coisa como quatro milhões de euros ao longo de toda a concessão".

O presidente garantiu que todas as linhas que estavam concessionadas continuarão em funcionamento e disse ainda que, neste novo concurso, foi alargado o espaço de concessão.

O processo segue agora para o Tribunal de Contas e a expectativa é que, segundo o autarca, "tudo esteja resolvido até ao final de setembro".

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