O Presidente executivo da General Motors, Rick Wagoner, que se demitiu do cargo a pedido de Barack Obama, vai receber a título de compensação a quantia de 20 milhões de dólares. Empresa tem moratória de 60 dias para reduzir drasticamente as dívidas.
A porta-voz da GM, Renne Rashid-Mereem, diz mesmo que a quantia a receber por Wagoner poderá ainda ser superior à agora anunciada, situação que é justificada com a possibilidade do ex-Presidente poder receber ainda mais benefícios.
A propósito da distribuição de prémios na AIG, Barack Obama criticou a empresa norte-americana por distribuir prémios depois de se ter socorrido de um fundo de emergência estatal para sair da situação problemática em que se encontrava, considerando indigno o pagamento de prémios a quem deixou a seguradora à beira da falência e pediu aos quadros daquela seguradora norte-americana para que devolvessem as quantias recebidas.
O Presidente norte-americano solicitou às empresas que tivessem alguma contenção na distribuição de prémios e no pagamento de salários aos quadros superiores e gestores.
Exigência presidencial afasta Wagoner
Barack Obama "pediu" a Rick Wagoner que se demitisse do cargo que exercia na GM para possibilitar a reestruturação e recuperação da empresa. A demissão "com efeito imediato" foi anunciada no passado domingo pela administração norte-americana. Wagoner foi substituído por Fritz Henderson, antigo director de operações da empresa.
Wagoner tem 56 anos, começou e desenvolveu toda a sua carreira no seio da General Motors onde entrou no ano de 1977, acabado de sair da Universidade de Harvard.
Em 2000 assumiu o cargo de presidente executivo. Em 2009 demite-se por
pressão da administração Obama. Sabe-se agora que receberá, pela saída,
cerca de 20 milhões de dólares.
"60 dias para fazer mais e melhor"
A Administração norte-americana concedeu um prolongamento de 60 dias à GM para que a empresa reduza drasticamente a sua dívida.
Caso não o consiga, a General Motors poderá enfrentar um processo de falência estruturada, sob gestão do governo dos EUA.
Fritz Henderson, o novo Presidente executivo da GM, defendeu que esse processo de falência estruturada gerida pelo Governo de Barack Obama é melhor e menos arriscado do que o habitual pedido de protecção ao abrigo do capítulo 11.
"Penso que o processo de falência é uma opção bastante viável, muito melhor do que uma concordata", afirmou Fritz Henderson à Bloomberg Ken Klee.
Henderson está encarregado de delinear um novo plano de recuperação da GM em conjugação de esforços com os concessionários, accionistas, sindicatos e outros interessados na empresa.
A "Task Force" nomeada por Obama para liderar o processo de recuperação da indústria automóvel norte-americana, fortemente abalada pela crise financeira que se instalou no território e em todo o mundo, rejeitou um primeiro plano apresentado pelo ex-presidente Wagoner a que se seguiu o pedido que se demitisse.
Barack Obama afirmou ontem que a General Motors tem de sobreviver sem se tornar "protegida do governo" e que dispõe de uma última hipótese, limitada, de proceder a uma "reestruturação ao nível dos fundamentos".