O grupo de trabalho criado para compensar os clientes lesados pelo papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) acredita que será possível chegar a uma solução em junho, justificando a demora com o "especial cuidado técnico" que implica.
Desde final de março que representantes do Banco de Portugal, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), do `banco mau` BES, da Associação de Lesados do Papel Comercial e ainda do Governo se têm reunido sucessivas vezes com vista a encontrar um mecanismo que permita minorar as perdas dos mais de 2.000 subscritores de papel comercial das empresas Espírito Santo International e Rio forte, compradas aos balcões do BES.
No total, os investidores reclamam 432 milhões de euros, que foram dados como quase completamente perdidos aquando da `implosão` do grupo em 2014.
Inicialmente, o prazo dado para conseguir essa solução era o mês de maio, mas essa tem tardado.
Num comunicado hoje enviado à Lusa, as partes envolvidas na negociação dizem acreditar que "será possível vir a colocar à consideração dos destinatários uma possível solução, para que estes avaliem e, querendo, a aceitem, durante o mês de junho".
De acordo com a mesma fonte, "a conclusão desse trabalho, que tem sido exigente, envolve especial cuidado técnico".
Além disso, informa, é necessário superar "diversas condicionantes", nomeadamente a "recolha e tratamento de elementos de informação que, contrariamente ao que era esperado no final do mês de abril, ainda não foram integralmente obtidos".
O grupo de trabalho foi criado no âmbito do memorando de entendimento subscrito em 30 de março, na presença do primeiro-ministro, António Costa.
O Governo assumiu este tema como prioridade, por considerar que está em jogo a reposição da confiança no sistema financeiro.
O papel do executivo neste processo é de mediador, sendo representado pelo advogado Diogo Lacerda Machado.