Mitsubishi admite manipulação de testes de emissões em 600 mil carros

por Sandra Salvado - RTP
O president da Mitsubishi, Tetsuro Aikawa, e outros administradores em conferência de imprensa no Ministério japonês do Território, Infraestruturas, Transportes e Turismo Toru Hanai - Reuters

A Mitsubishi Motors, fabricante japonesa de automóveis, admitiu esta quarta-feira ter manipulado testes de emissões poluentes em pelo menos 625 mil carros. A empresa já confirmou os falsos testes de poupança de combustível e pediu desculpa, em conferência de imprensa. Depois da revelação, as ações da empresa afundaram mais de 15 por cento na bolsa de Tóquio.

Em conferência de imprensa, a companhia confirmou esta quarta-feira que houve manipulação dos testes de economia de combustível em mais de 600 mil veículos. Para tornar os níveis de emissões mais favoráveis.

"Pedimos as maiores desculpas a todos os nossos clientes e outras partes afetadas", declarou Tetsuto Aikawa, o presidente do grupo japonês, curvando-se profundamente numa conferência de imprensa no Ministério dos Transportes.

O presidente da empresa referiu ainda que o problema foi descoberto após a Nissan ter apontado inconsistências nos dados de emissões, o que levou a Mitsubishi a realizar uma investigação interna e a concluir pela falsificação.


Em comunicado, a Mitsubishi acrescentou que decidiu parar a produção e as vendas dos modelos em questão, tal como a Nissan.
Os modelos
Os falsos testes envolveram 157 mil automóveis da marca Mitsubichi (modelos eK Wagon e eK Space) e 468 mil veículos produzidos para a Nissan (modelos Dayz e Dayz Roox).

"O nosso cliente Nissan descobriu as diferenças entre os valores dos testes e os reais e pediu-nos que corrigíssemos os nossos valores", esclareceu.

São automóveis de passageiros pequenos, com motores a gasolina que têm um grande sucesso no mercado japonês.
Queda em bolsa
A Mitsubishi Motors, que fabrica cerca de um milhão de veículos por ano, caiu esta quarta-feira mais de 15 por cento na bolsa de Tóquio, a maior queda desde julho de 2004.

O anúncio surge numa altura em que a indústria automóvel tem sido sujeita a fiscalizações mais apertadas e depois de a gigante alemã Volkswagen se ver envolvida num escândalo relacionado com fraudes nos testes de emissões.

Assim como a Hyundai, Kia Motors e Ford, que estiveram também envolvidas em escândalos semelhantes.

c/ agências
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