Passos Coelho espera que recapitalização da CGD não entre no défice de 2016

por RTP

Cantanhede, Coimbra, 30 jul (Lusa) - O presidente do PSD Pedro Passos Coelho espera que a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) não entre na contabilização do défice nacional de 2016, embora avise que o Estado terá de contrair dívida para a realizar.

"Espero, honestamente, que possa ser poupada essa medida na contabilização do défice português embora saibamos que ela irá sempre na divida, porque se o Estado meter lá mais dinheiro, terá de contrair dívida para por lá esse dinheiro", disse Passos Coelho aos jornalistas em Cantanhede, distrito de Coimbra.

Sandra Machado Soares, Paula Costa, Paulo José Oliveira

Em declarações à margem de uma visita è Feira Agrícola, Comercial e Industrial (Expofacic), o líder do PSD lembrou que em 2012 o governo por si liderado fez uma recapitalização da CGD "e essa recapitalização foi a défice".

"Se a Comissão Europeia, hoje, tiver um entendimento diferente deverá justificá-lo", defendeu Passos Coelho, argumentando ainda que "o que puder ajudar a que o nosso desempenho do ponto de vista do défice melhore, é bom"."Não fazia nenhum sentido" sanções a Portugal Pedro Passos Coelho reafirmou hoje que "não fazia nenhum sentido" a aplicação de sanções a Portugal relativas ao défice de 2015 e que se tivessem sido decididas "seria um absurdo".

"Portugal foi dos países que mais se esforçou e que mais sacrifícios empreendeu para poder corrigir os desequilíbrios de muitos anos", frisou Passos Coelho, adiantando que o "esforço" português "foi um dos maiores ao nível europeu", disse o líder social-democrata aos jornalistas.

"E no contexto presente também não faz sentido, é prematuro estar a falar de sanções, porque a Comissão Europeia aceitou o projeto de Orçamento que o Governo português apresentou em Bruxelas e uma vez que o aceitou, enquanto não se chegar ao final do ano para se medir o que realmente aconteceu, é completamente prematuro estar a falar de sanções", argumentou Passos Coelho.

Na reunião da passada quarta-feira passada, que durou cerca de três horas, a Comissão Europeia decidiu por consenso cancelar as sanções a Espanha e Portugal em troca da aplicação de duros ajustes.

"A questão ficou arrumada e, tal como o PSD disse, prevaleceu o bom senso", frisou Passos Coelho, que elogiou também o papel "muito importante" do comissário europeu Carlos Moedas na decisão da Comissão Europeia.

Para o presidente do PSD, o que importa agora é "colocar os olhos no futuro" e que o Governo, independentemente das escolhas políticas que fizer, atue para que as contas do país "possam bater certo e o défice seja o menor possível".

"Isso significa, para futuro, menos impostos para os portugueses e menos dívida para o Estado", considerou.

C/Lusa

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