Fotografia: Mário Cruz - Lusa
Pedro Passos Coelho quer que o ministro Pedro Marques explique a reversão do negócio da TAP. O ex-primeiro-ministro aponta que não se percebe bem a intenção do Executivo em ficar com 50 por cento da TAP e que é preciso entender se "o interesse público está devidamente acautelado" O líder da oposição criticou também a proposta de Orçamento do Estado que dá "com uma mão a uns o que está a tirar, na grande maioria, a todos os outros".
O ex-primeiro-ministro, de visita a Bragança depois de ter apresentado a recandidatura à liderança do PSD, insistiu que o ministro da tutela deve esclarecer os detalhes do acordo para a TAP no Parlamento. "Enquanto isso não acontecer acho que não vale muito a pena acrescentar grande coisa", explicou o líder da oposição. Não deixou de mostrar desconfiança.
"Não percebemos bem qual é a intenção do Governo em ficar com 50 por cento. É preciso ver se o interesse público está devidamente acautelado", explicou.
Pedro Passos Coelho não quis acrescentar mais esclarecimentos, remetendo para outras declarações a serem feitas depois de o negócio ser explicado pelo executivo. Esclarecimentos que Passos acredita serem necessários para que "não fique a ideia de que o Governo, por uma questão de birra, queria ficar com mais de 50 por cento da TAP. Afinal não são mais de 50 por cento. São 50 por cento mas os privados é que mandam", afirmou.
"Isto não está muito claro. Nós tínhamos o interesse público defendido em regras que constavam do próprio contrato de venda. É precisa saber como é que essas regras ficaram", insistiu.
Sobre o Orçamento do Estado, o presidente do PSD apontou que o Orçamento traz um "grande aumento dos impostos" e que estes "vão prejudicar sobretudo as empresas, a classe média e a retoma da economia que estava a ter lugar".
"Faz-se em nome de não ter um défice maior para poder andar mais depressa na restituição de salários na área da Administração Pública e para poder fazer várias concessões de reversão de políticas que tinham sido feitas no passado e que tinham uma incidência estrutural sobre a economia."
"Não me parece que esta seja a estratégia correta. Os portugueses não estavam à espera, e o Governo disse que não iria fazer, um aumento de impostos desta dimensão para, de alguma maneira, dar com uma mão a uns o que está a tirar, na grande maioria, a todos os outros", defendeu o ex-primeiro-ministro.