Secretário do Tesouro dos EUA diz que acordo de paz reforça confiança na Colômbia

por Lusa

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, afirmou, na quarta-feira, em Bogotá, que o acordo de paz assinado pelo Governo da Colômbia e a guerrilha das FARC reforça a confiança económica no país sul-americano.

"O acordo é muito importante no que toca à confiança no país. Os investidores olham para muitos aspetos ao equacionar entrar ou não numa economia: veem se há uma gestão macroeconómica responsável, se há parceiros ou projetos atrativos e também a estabilidade geopolítica", sublinhou Jacob Lew, em conferência de imprensa.

O secretário norte-americano considerou, neste sentido, que "a implementação do acordo e a demonstração de que a Colômbia tem um futuro estável vão tornar o país mais atrativo para o investimento internacional".

"Não há um lugar no mundo onde tenha havido guerra e o estabelecimento da paz não crie confiança e oportunidades mais atrativas para o investimento estrangeiro", frisou.

Lew reuniu-se na quarta-feira com o Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, com quem abordou as possibilidades económicas que abre o acordo de paz, que põe termo a mais de meio século de conflito armado.

"Estamos a trabalhar com o Banco Mundial para criar um novo programa de um fundo de resposta a crises global. Estamos a explorar essa possibilidade com os mecanismos apropriados porque há um momento especial na Colômbia e penso que o mundo está a olhar" para o país, afirmou.

Por seu lado, o ministro das Finanças colombiano, Mauricio Cárdenas, disse que "a paz vai exigir recursos" para que se cumpra o acordado com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em áreas como o desenvolvimento rural integral, o primeiro ponto do acordo.

Isso, apontou, "vai requerer o apoio da comunidade internacional em diversos domínios".

Cárdenas indicou ainda que o país irá "bater a muitas portas" para financiar o pós-conflito, e destacou a iniciativa Paz Colômbia, apresentada ao Congresso pelo Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que aprove 400 milhões de euros de ajuda ao país andino.

Também elencou os recentes anúncios da União Europeia e do Canadá no sentido de aumentar a cooperação com a Colômbia para a paz.

"Queremos também bater a uma porta muito importante que são os organismos multilaterais, já que as áreas para as quais serão destinados os recursos do pós-conflito aparentam ter acesso privilegiado aos recursos dos organismos multilaterais", acrescentou.

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