Sindicatos de Viseu querem reverter fecho de serviços públicos no Interior

por Lusa

Viseu, 25 nov (Lusa) - A União dos Sindicatos de Viseu|CGTP/IN entregar na segunda-feira, na Assembleia da República, uma petição com mais de quatro mil assinaturas, na qual solicita que sejam tomadas medidas para reverter o encerramento de serviços públicos no Interior.

"Pretendemos, com esta petição, espoletar a discussão em torno da necessidade de haver um retrocesso em torno das políticas de encerramento e austeridade que afetaram bastante o interior do nosso país", destacou o coordenador da União dos Sindicatos de Viseu, João Serra.

A entrega da petição, que conta com 4.426 assinaturas, será entregue na Assembleia da República às 15:00 na segunda-feira.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador da União dos Sindicatos de Viseu explicou que a recolha de assinaturas para esta petição teve início em abril e decorreu em todos os concelhos do distrito de Viseu.

"Procurámos que a população se pudesse aperceber do que estávamos a apresentar e que se revisse nestas reivindicações, que passam por reclamar a reabertura de serviços públicos que foram encerrados no interior do país, desde a área das finanças, passando pela saúde e educação", referiu.

De acordo com João Serra, esta petição serve ainda para chamar a atenção para alguns problemas da região de Viseu, como a questão das acessibilidades, transportes ferroviários ou portagens nas autoestradas.

"Defendemos que as portagens devem ser reduzidas ou devem mesmo acabar, pois prejudicam o desenvolvimento da economia do interior do país, afetando a população em geral, mas também as empresas", acrescentou.

A petição propõe que o Governo e a Assembleia da República "assumam medidas concretas que combatam a desertificação do interior do país, nomeadamente fazendo reverter decisões de encerramento de serviços públicos, e que assumam orientações que contribuam para o seu desenvolvimento e para a correção de assimetrias regionais".

"As políticas dos últimos governos conduziram ao encerramento de muitos serviços públicos no distrito de Viseu. O encerramento de escolas obriga milhares de crianças a deslocações irracionais e penosas", refere.

No documento pode ainda ler-se que o desmantelamento de serviços de saúde de proximidade afastou muitos cidadãos de cuidados essenciais de saúde, colocando em rutura as urgências dos hospitais.

"As populações viram a justiça ficar mais distante com o encerramento dos tribunais. Serviços do Estado na área da agricultura foram também encerrados ou deslocalizados, criando ainda mais dificuldades aos pequenos e médios agricultores e às suas famílias", aponta.

A petição alude ainda há cobrança de portagens nas autoestradas A24 e A25, que veio "também dificultar as deslocações regionais e contribuir para agravar o empobrecimento dos cidadãos e os problemas económicos de muitas empresas do distrito de Viseu".

 

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