Trabalhadores das refinarias do Porto e Sines prolongam greve parcial até final de maio

por Lusa

Os trabalhadores das refinarias da Petrogal no Porto e Sines prolongaram até final de maio as paralisações parciais que vêm cumprindo desde janeiro em defesa da contratação coletiva e de direitos laborais, disse hoje à Lusa fonte sindical.

De acordo com o coordenador do Sindicato da Indústria e Comércio Petrolífero (SICOP), Rui Pedro Ferreira, a adesão ao protesto que hoje decorre (até sábado) na refinaria do Porto está "dentro do que vem acontecendo nos meses anteriores, com percentagens na ordem dos 80 e tal por cento".

Segundo referiu, as administrações da Petrogal e da Galp Energia não têm correspondido à disponibilidade manifestada pelos trabalhadores para "se reunirem e encontrarem soluções", pelo que foi decidido manter o protesto pelo menos até ao final do mês de maio.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Galp Energia disse não ter comentários a fazer.

Até final do mês, a greve na refinaria do Porto, no Terminal de Leixões e nos parques de Viana do Castelo, Perafita, Boa Nova e Real decorrerá todas as semanas entre as 06:00 de sexta-feira e as 14:00 de sábado, enquanto na refinaria de Sines, no Terminal de Sines e no Parque de Sines será cumprida entre as 00:00 e as 24:00 de todas as sextas e segundas-feiras.

Já os trabalhadores das instalações da Petrogal na área de Lisboa estarão parados todas as sextas-feiras de maio entre as 14:00 e as 18:00, tendo ainda sido declarada greve "a todo e qualquer tipo de trabalho suplementar, nos períodos compreendidos até 12 horas antes do início de cada período de greve e até 12 horas depois do término de cada um desses períodos".

De acordo com Rui Pedro Ferreira, "brevemente" serão convocados plenários de trabalhadores "para fazer o ponto de situação relativamente ao desenvolvimento da luta, tomar outras medidas complementares de ação e prestar informações, nomeadamente sobre o processo de impugnação do aviso da caducidade da contratação coletiva".

"Com determinação e unidade vamos manter os nossos direitos laborais, bem como os regimes de saúde e de regalias sociais e reformas", sustenta o SICOP.

"Queremos que a administração respeite o Contrato Coletivo que temos e é essa a razão fundamental da nossa luta. Associado a isto está a melhoria de salários", criticou o coordenador sindical, recordando que a Galp Energia "só em 2015 teve 640 milhões de euros de lucros", mas é tal a "sede e ganância de apanhar tudo o que seja resultados" que "desvalorizou completamente os interesses dos trabalhadores".

Ao longo dos já mais de quatro meses de greve, o SICOP garante ter vindo a "provocar impactos significativos" na laboração das refinarias, nomeadamente no Porto: "São impedidos os abastecimentos de carros tanque e de navios, não há descarga de navios para a refinaria e vice-versa e reduzimos as cargas para o mínimo que nos é imposto", afirmou Rui Pedro Ferreira.

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