Tribunal de Contas apura "falta de controlo" da Caixa

por Helena Cruz Lopes, Miguel Cervan

Foto: Rafael Marchante - Reuters

O Tribunal de Contas acusa o Ministério das Finanças de "falta de controlo" na Caixa Geral de Depósitos entre 2013 e 2015. Num relatório de auditoria é revelado que o Estado aprovou documentos de prestação de contas sem ter a informação completa.

É negativa a nota da auditoria do Tribunal de Contas sobre o controlo do sector empresarial do Estado entre 2013 e 2015, desde logo no que diz respeito à Caixa Geral de Depósitos.Maria Luís Albuquerque tutelou a pasta das Finanças durante a maior parte do período a que se refere o relatório do Tribunal de Contas. A ex-ministra afirmou já estranhar as conclusões do documento.


O relatório da instituição concluiu que "o controlo da CGD carece de transparência", tendo em conta a "não remessa ao acionista dos documentos exigidos pelo regime jurídico do Sector Público Empresarial". E assinala que "a aprovação de contas da CGD foi efetuada com lacunas de informação".

O Tribunal de Contas assinala também a existência de imparidades no valor de 1.500 milhões de euros e a exposição da Caixa Geral Depósitos a operações de risco na ordem dos 4.500 milhões.

Apesar das "fragilidades de controlo identificadas" e da "existência de matérias de operação de risco", sublinha o Tribunal, não foi pedida qualquer inspeção das Finanças ao banco público.

Na resposta ao Tribunal de Contas, o Ministério das Finanças diz-se "firmemente empenhado" em aumentar o controlo sobre o sector empresarial do Estado.
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