Ulrich garante que BPI é viável mesmo perdendo operação em Angola

por Lusa

O presidente do Banco BPI, Fernando Ulrich, assegurou hoje a viabilidade da entidade com base na operação doméstica, que tem registado melhorias, apesar de os resultados continuarem a beneficiar do forte contributo do Banco de Fomento Angola (BFA).

"Foi isso que sempre dissemos [que o BPI é viável mesmo perdendo a operação em Angola]. Depois do choque da crise, que se refletiu em variadíssimos aspetos, como no aumento do incumprimento e das imparidades, depois dessa fase sempre dissemos que íamos entrar no caminho da rentabilidade", afirmou o gestor durante a conferência de imprensa de apresentação das contas semestrais, em Lisboa.

"Melhoramos a margem financeira, melhoramos no custo do crédito e temos tido uma atuação muito disciplinada ao nível dos custos. De resto, há várias decisões tomadas em 2016 que vão ter reflexo em 2017", assinalou.

E realçou: "Estamos a percorrer o caminho que dissemos que iria ser percorrido. Até um pouco melhor do que nos planos de médio prazo que apresentámos às autoridades".

Perante a insistência dos jornalistas, Ulrich reforçou que "a atividade doméstica do BPI não precisa da atividade internacional para ter os rácios que tem. Tem um caminho perfeitamente sustentável".

O responsável vincou que "o BPI tem o seu caminho e o BFA também tem o seu", destacando o contributo que o BPI tem dado para o desenvolvimento do BFA, até ao nível da experiência dos recursos humanos colocados no banco angolano.

"É evidente que eu gosto mais que o BPI como um todo tenha um banco extraordinário como o BFA", admitiu.

Mas sublinhou que o BPI foi "o único banco que utilizou capital público e pagou o dinheiro todo -- com dois anos de antecedência -- e que não precisou da atividade de Angola para reembolsar os CoCo [obrigações convertíveis em capital] ao Estado português.

Em causa estão as regras do Banco Central Europeu (BCE) que obrigam a uma redução da exposição excessiva do BPI a Angola.

 

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