Segunda fase do concurso para o Ensino Superior coloca 9.577 alunos

por Sandra Salvado - RTP
Francois Lenoir - Reuters

Mais de 1.800 estudantes já tinham conseguido vaga na primeira fase do concurso. No total, já ingressaram no Ensino Superior público 45.830 novos alunos, o que representa mais 1,9 por cento do que em igual período do ano passado. Na segunda fase foram colocados 9.577 alunos, mas há ainda 5.166 vagas por preencher, 20 por cento das quais em cursos de engenharia e técnicas afins. De referir que há quase cinco mil alunos que entraram numa licenciatura, mas não se matricularam.

"No conjunto da primeira e segunda fases já ingressaram no ensino superior público, através do concurso nacional de acesso, 45.830 novos estudantes, mais 1,9% que em 2015", refere a nota do Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).

Em comparação com o ano anterior, do total de colocações nesta segunda fase, há 7.708 novos alunos, o que representa mais 6,4 por cento de candidatos (dos 18.250 para 19.413) e mais 1,8 por cento de colocados, de 9.410 para 9.577.
4.836 alunos desistiram da matrícula
Na primeira fase do concurso nacional de acesso já tinham sido colocados 42.958 estudantes, mas apenas se matricularam 38.122, o que corresponde a 88,7 por cento, refere a mesma nota.

De acordo com os resultados da segunda fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior, agora divulgados, este ano 4.836 estudantes que foram colocados na primeira fase desistiram de se matricular, o que corresponde a mais 137 alunos em comparação com o ano passado.

Reitores e presidentes dos institutos politécnicos já vieram dizer que há várias causas para o facto de haver cada vez mais alunos a entrar no Ensino Superior, mas que acabam por não se matricular no curso onde foram colocados.A opção pelo estrangeiro

Ouvidos pelo jornal i, estes responsáveis referem que há alunos que optam por ir para uma universidade no estrangeiro, desistindo da universidade ou politécnico onde foram colocados em Portugal.

Outro dos fatores apontados passa pelo curso em que os alunos são colocados. Apenas 50 por cento dos candidatos que entraram na primeira fase foram colocados no curso que queriam.

“Percebendo que restam vagas em cursos que preferem, optam por não se matricular e concorrer na segunda fase”, disse ao jornal i o presidente do Conselho de Reitores, António Cunha.

Este responsável acrescentou outros casos, de alunos que não se matriculam para “tentarem aproximar-se de casa”. Uma tendência que deverá ser mais significativa entre os politécnicos, já que entre as universidades estas alterações “não são significativas”.

Já o presidente do Conselho Coordenador dos Politécnicos, Joaquim Mourato, também ouvido pelo i, refere que a desistência dos alunos das matrículas nos cursos resulta do “desfasamento acentuado” entre o número de candidatos e o número de vagas.

“Há muito mais vagas disponíveis do que candidatos ao ensino superior. Há alunos que percebem que acabam por conseguir entrar no curso que querem na segunda fase”, concluiu Joaquim Mourato.
5.166 vagas por preencher
Nesta segunda fase, as universidades e politécnicos públicos deixaram ainda 5.166 vagas por preencher, menos 670 do que em 2015, sendo que mais de 20 por cento são dos cursos de engenharia.

Das mais de cinco mil vagas que sobraram, 1.317 são na área de Engenharia e Técnicas Afins. As áreas que têm mais vagas para oferecer ainda são Ciências Empresariais (635), Arquitetura e Construção (536), Agricultura, Silvicultura e Pescas (471) ou Artes (469).



As 5.166 vagas que sobraram da segunda fase concentram-se em 297 cursos, maioritariamente em politécnicos. Entre as universidades de maior dimensão, a Universidade de Lisboa já preencheu todas as vagas, a do Porto e do Minho têm apenas dois cursos, cada uma delas, com lugares disponíveis, e a Universidade de Coimbra ainda tem vagas para três cursos.

Nesta segunda fase, 43 cursos não tiveram qualquer candidato, maioritariamente em politécnicos e, sobretudo, na área de engenharia.
Medicina com a média mais alta na 2ª fase
A média mais alta de colocação na segunda fase foi em Medicina, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto, com 19,47 valores, e a colocação resulta de uma vaga não ocupada por um colocado na primeira fase.

Engenharia Aeroespacial, no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, que na primeira fase registou a nota média de entrada mais elevada com 18,53 valores, colocou dois estudantes na segunda fase, com o segundo colocado a conseguir melhor do que o último colocado na primeira fase, com a nota de 18,98 valores.

De referir que 21 cursos colocaram estudantes na segunda fase com notas de entrada superiores a 18 valores. Vinte e sete cursos colocaram 366 estudantes com notas de candidatura acima dos 9,5 valores, mas abaixo dos dez valores.
Terceira fase de 6 a 10 de outubro
Os resultados da segunda fase estão disponíveis no portal da DGES. Os estudantes colocados nesta fase devem matricular-se até ao dia 3 de outubro.

A terceira e última fase do concurso, com um número residual de estudantes, decorre entre o dia 6 e 10 de outubro, com as candidaturas online no portal da DGES.

Compete a cada instituição de Ensino Superior decidir, para cada um dos seus cursos, sobre a abertura da terceira fase do concurso. Caso decida abrir vagas, o número é em valor igual ou inferior às vagas sobrantes da segunda fase, acrescidas das vagas criadas pelos estudantes, colocados nesta segunda fase, mas que não realizaram a matrícula.
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