1900 mortos nas Filipinas na guerra contra o narcotráfico

por Jorge Almeida - RTP
Ezra Acayan - Reuters

Nas últimas sete semanas, as operações policiais contra os traficantes e consumidores de droga nas Filipinas provocaram 1900 mortos.

O combate ao tráfico de droga nas Filipinas está a registar um número de mortos sem precedentes desde que Rodrigo Duterte assumiu a presidência do país.

O chefe da polícia, Rolnad dela Rosa, afirmou numa audiência no senado que "as operações policiais tinham matado cerca de 750 pessoas, mas as outras mortes estão a ser investigadas".

Uma das promessas de campanha de Rodrigo Duderte era um combate duro contra o narcotráfico. O próprio Presidente da República exortou os cidadãos a atirar a matar contra os traficantes que resistam à prisão.

Familiares de suspeito abatido pela polícia. Foto: Ezra Acayan - Reuters

No senado foi instaurado um inquérito conduzido pelo senador Leila de Lima, que chamou as autoridades para explicar o aumento “sem precedentes” do número de mortes.

O chefe da polícia disse que não existe nenhuma política declarada para matar traficantes ou consumidores de droga, afirmado que os polícias não são “açougueiros”.

Acrescentou ainda que cerca de 300 polícias são suspeitos de estarem envolvidos no tráfico de estupefacientes e que deverão ser expulsos caso sejam condenados.
Traficantes de droga como vendedores ambulantes
Calcula-se que nas Filipinas existam cerca de 700 mil consumidores e traficantes de droga, muitos são autênticos vendedores ambulantes que vendem os narcóticos em plena rua.

Face à atuação das autoridades registou-se nas últimas semanas um decréscimo da criminalidade, embora o número de homicídios tenha aumentado.

Polícia exibe droga apreendida em Manila. Foto: Romeo Ranoco - Reuters

O senador Frank Drilon disse à agência Reuters que o número de mortos é “alarmante” e que teve “um efeito inibidor”.

As organizações de direitos humanos estimam que mais de mil pessoas foram mortas sem a existência de um processo legal.

Os Estados Unidos já expressaram a sua “profunda preocupação” com o aumento das mortes relacionadas com a droga nas Filipinas.
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