Acelerador de partículas do CERN inicia nova fase de experiências

por Lusa

Genebra, 03 de jun (Lusa) -- O maior acelerador de partículas do mundo, o LHC do CERN (Conselho Europeu de Pesquisa Nuclear), iniciou hoje uma nova fase de experiências para tentar compreender os mistérios da matéria e do universo.

O Grande Colisionador de Hadrões (LHC, na sigla inglesa) do CERN, instituição situada na fronteira franco-suíça e da qual Portugal faz parte, localiza-se num túnel de 27 quilómetros de circunferência.

Nos próximos três anos pretende-se obter dados para compreender os mistérios da matéria, com a potência máxima para a colisão de protões de 13 TeV (trilhões de eletrões-volt), um nível recorde de energia atingido, pela primeira vez, num teste realizado em maio deste ano, noticia a AFP.

Após dois anos de manutenção, reparação e vários meses de aptidão para o serviço, o LHC está pronto para assumir o recorde de 13 TeV dados da física de energia, que corresponde a quase duas vezes a energia de uma colisão do primeiro período de operação do LHC, que durou três anos.

De acordo com o CERN, "a recuperação da aquisição de dados marcará o início da segunda temporada do LHC e vai criar oportunidades nos territórios ainda não explorados pela física".

Cientistas e curiosos da física terão a oportunidade de acompanhar os principais momentos deste dia na internet.

A cada segundo ocorrem mais de um bilião de colisões, gerando avalanches de partículas nos detentores.

Nas experiências, em cada segundo de funcionamento do LHC, vários gigabytes (unidade de medida de informação) de dados chegam ao centro de computação do CERN para serem armazenados, classificados e partilhados com os físicos em todo o mundo.

A 100 metros de profundidade, ao longo do anel do LHC, do tamanho de um edifício médio, desenvolvem-se quatro tipos de "experiências", que os cientistas podem analisar.

O acelerador teve uma paragem técnica de mais de dois anos, para ser preparado para a segunda fase de exploração, de 2016 a 2018. Um curto-circuito, em março, atrasou em duas semanas a retoma dos trabalhos.

O LHC confirmou, em 2012, a existência do Bosão de Higgs, também conhecido como "partícula de Deus", que, para os físicos, é considerada a chave mestra da estrutura fundamental da matéria.

Os cientistas do CERN esperam descobrir novas partículas, que poderão alterar a compreensão do Universo, e irão sondar a supersimetria, um conceito teórico batizado como "Suzy" que procura explicar a matéria escura, matéria invisível que compõe cerca de um quarto de toda a matéria e energia do Universo e que manifesta a sua presença através dos efeitos gravitacionais que exerce sobre a matéria visível, como as galáxias e as estrelas.

O maior acelerador de partículas do mundo é um túnel circular, no subsolo, com 27 quilómetros, localizado na fronteira franco-suíça.

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