Cancelado - Carnaval brasileiro já não é o que era

por RTP
Pilar Olivares, Reuters

Uma crise como não se via no país desde 1930 está a obrigar muitos municípios brasileiros a fazerem uma escolha difícil: pôr o Carnaval em segundo lugar, dando prioridade a necessidades nas áreas da Saúde e da Educação. Este ano poderemos assim vir a assistir a um mini-Carnaval por todo o Brasil.

Por norma, o Brasil vive cinco dias de euforia desenfreada, uma festa da vida que chama ao país milhares de turistas, como uma romaria obrigatória pelo menos uma vez na vida. Mas este ano promete ser diferente, de acordo com jornais como o Financial Times ou o The Guardian. Nem a crise mundial de 2008 assustou tanto políticos e decisores brasileiros.
Cidades em que estão a ser cancelados os desfiles: Cabo Frio, Morretes, Irati, Lagoa Formosa, Porto Ferreira e Rolim de Moura.
De acordo com a imprensa económica inglesa, são já várias as cidades que se preparam para cancelar as festividades deste ano.

As explicações assentam, primeiro, na própria crise que o país atravessa e, depois, no facto de os executivos municipais estarem a retirar apoio financeiro aos desfiles, decisão justificada com os fracos orçamentos de que dispõem - devido à queda da receita em impostos - e a necessidade de acorrerem a projectos mais "importantes" para a população.

Aponta o FT que estão nesta situação as cidades de Cássia, São Tomás de Aquino, São João Batista do Glória, Alpinópolis, Fortaleza de Minas, Passos e Lavras. E isto só no Estado de Minas Gerais.

A desculpa é sempre a mesma: os fundos disponíveis tiveram de ser aplicados noutras áreas, como Educação, Saúde ou Infraestruturas. Em Porto Ferreira, por exemplo, a urgência estava na compra de uma ambulância.

A solução para o problema poderá estar num maior envolvimento do sector empresarial na organização dos tradicionais desfiles, mas a iniciativa privada é também uma das vítimas da crise que afecta o país e parece certo que a folia de outros tempos terá em 2016 uma versão mais reduzida.
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