Cessar fogo pouco consistente e a ameaça de uma guerra de civilizações na Síria

por Fátima Araújo

Uma análise fundamental esta noite no Jornal 2 feita por um dos responsáveis pelo Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, sobre dois momentos históricos - O do acordo entre os Estados Unidos com a Rússia para um de cessar-fogo na Síria; e o do encontro entre o Papa Francisco e o Patriarca ortodoxo. Um momento olhado como uma "frente unida da cristandade" que está a ser lida com preocupação pelo mundo islâmico e em especial pelo regime turco.

Na Síria o acordo de cessar fogo deve ser posto em prática dentro de uma semana. De fora ficam os alvos terroristas.
As super potências chegaram a um entendimento que, no entanto, não recolheu as assinaturas, quer do regime sírio, quer dos seus opositores politico-militares no terreno.
Bashar al Assad, numa entrevista à agência France Press, garante irá reconquistar todo o país aos rebeldes e ao Estado Islâmico.
A Rússia de Vladimir Putin apoia o regime sírio, mas exerce pressão para garantir que as hostilidades cessam por forma a tornar possível prestar mais apoio humanitário às populações. Uma ação de reforço de imagem por parte do presidente russo depois de nos últimos dias ter ordenado mais de 1900 missões de bombardeamento.
Atentos aos que se vai passar nos próximos dias estão a Turquia e Arábia Saudita. Ambos os países estarão a estudar a intervenção de tropas de combate dentro da Síria.
A milhares de quilómetros de distância de Damasco, o Papa Francisco encontrou-se esta sexta feira em Cuba com o patriarca da igreja ortodoxa russa.
Mais do que o simbolismo da reaproximação entre duas igrejas, que desde 1054 tinham cortado relações, Filipe Pathé Duarte analisa as consequências geopolíticas deste encontro que pode abrir uma nova frente de tensão entre o ocidente e a Turquia com a Síria no centro do mapa.
Os fantasmas de uma cristandade unida frente ao mundo otomano-muçulmano, não são de ignorar num complexo xadrez internacional onde o Kremlin sempre jogou com o poder e influência da sua Igreja.
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